Annyeong haseyo! 
Tudo bem com vocês?
“Motel Califórnia” conta a história de um amor de infância que só tinha obstáculos, negações, frustrações e traumas que os fizeram sofrer até os vinte e poucos anos, o que afetou diretamente sua relação, mas também como eles conseguiram se curar e renovar esse sentimento.
Ficha Técnica
Drama: Motel Califórnia
Hangul: 모텔 캘리포니아
Direção: Kim Hyung-min
Roteiro: Lee Seo-yon
Protagonistas: Na In-woo e Lee Se-young
Gênero: Romance/Drama
Duração: 12 episódios
País: Coréia do Sul
Lançamento: 2025
Disponível: Viki, Telegram e Fansub
Sinopse
Ji Gang Hui cresceu no Motel Califórnia porque seu pai era dono de um motel em sua vila rural. Sua mãe também veio de uma origem mestiça. Devido à origem familiar incomum de Gang Hui, ela era objeto de sussurros e fofocas dos moradores locais. Gang Hui carregava uma ferida profunda em seu coração daquela época. Ela gostava de seu amigo de infância Cheon Yeon Su, que foi seu primeiro amor. Quando ela fez 20 anos, ela deixou sua cidade natal e se mudou para Seul, depois de ter sua primeira noite de amor com ele. Doze anos depois, ela trabalha como designer de interiores e está chegando ao ápice de sua carreira, mas por algum motivo, ela decide retornar para sua cidade natal, e acaba se reunindo com seu primeiro amor, Cheon Yeon Su.
Cheon Yeon Su trabalha como veterinário na vila. A única mulher que ele amou foi Gang Hui, mas ele recebeu muita atenção dos fazendeiros que estão ansiosos para apresentá-lo às suas filhas. Para evitar esse tipo de situação desconfortável, ele não esclarece o boato de que vai se casar com uma colega veterinária, o que causa a maior confusão.
Fonte: Adaptado de https://asianwiki.com/Motel_California
Protagonistas
Cheon Yeon-su (Na In-woo) é um veterinário, calmo e atencioso, que vive em sua cidade natal à espera da volta de seu primeiro amor. Como nunca a esqueceu, ele sempre procura informações dela em Seul, a todo custo.
Ji Gang-hui (Lee Se-young) é uma mulher cheia de traumas pela sua condição de família e pelo fato de ter sido criada em um motel. Decidida a ir para Seul, e nunca mais olhar para voltar, pela sua arrogância, passa por várias situações de emprego constrangedoras, até se firmar na carreira de designer.
Uma história de aprendizado e redenção
A pegada desse drama foi mostrar que, é possível sim, curar nossas feridas. O acerto de contas entre as pessoas que moram em uma vila rural, e que não tem nada melhor para fazer do que falar mal da vida dos outros, e perseguir quem está fora dos parâmetros estabelecidos pela sociedade. Antes tarde do que nunca, Gang Hui só descobre a beleza e o engajamento de toda a cidade para auxiliar a casa de repouso no final da trama, e seu olhar começa a mudar em relação àquelas pessoas. Mas isso só acontece quando ela descobre a doença terminal do pai. Muita água teve que rolar até aí. Adorei o fato também da gata querer que seu amado voltasse a ser gordinho, tipo um urso, derrubando os clichês românticos, onde a beleza impera, assim como o físico perfeito. Adeus ao gato gostoso e sarado.
As relações familiares não precisam ser tradicionais, e isso fica claro, quando a designer sugere ao pai que adote Seung Ho, o amigo de infância que era órfão, e que sempre viveu com eles. A visão de Gang Hui em transformar o antigo Califórnia em uma casa de repouso, já que seu pai queria terminar seus dias em uma, foi inspiradora. As histórias dos casais paralelos, os amigos dos protas, que cresceram ao longo do drama, é uma benesse a parte. O amor puro, resistente e constante de Cheon Yeon Su foi a força desse roteiro, que mesmo diante de todas as adversidades, continuou quente e perseverante, aguardando o momento de poder vivê-lo ao extremo ou abdicar dele em favor da felicidade de sua amada.
“Batotadas” coreanas
Uma coisa que me revolta com os roteiristas coreanos é a obsessão por mães controladoras, egoístas e loucas. Parece que estão querendo destruir a imagem das mesmas. São tantos os estereótipos que criaram, que está difícil de aturar. Ai seus roteiristas, onde estão as mães legais e que apoiam os filhos? Outra coisa: sempre tem um CEO, lindo e bonzinho, que quer conquistar a protagonista, e pasmem, só por capricho, pois na verdade ele gosta da amiga de infância. Poderiam ter apimentado mais essa parte.
A dinâmica do roteiro também pode te decepcionar, são tantas idas e vindas, que, em alguns episódios, faz a história um pouco monótona e cansativa, mas acho que essa era a ideia. Tudo nesse drama era meio que exagerado, over demais. Percebe-se isso na quantidade de flashbacks, que muitos julgaram não ser a quantidade nem a medida certa. Juro que não me incomodou. Muitas críticas em relação à química dos protagonistas e a personalidade da personagem de Lee Se Young. Normal, sempre tem os aliados e os opositores, mas há quem rejeite uma boa história por isso.
Vidas cruzadas
O ponto crucial do drama, onde tudo começa a degringolar, é a fuga do pai de Cheon Yeon Su com a mãe mestiça de Ji Gang Hui. Vou explicar. Os dois eram, basicamente, ignorados pelos seus parceiros, que estavam ocupados com suas vidas pessoais. Assim passaram a reunir forças um no outro para criar seus filhos, e passar mais tempo de qualidade com eles, o que fez se aproximarem cada vez mais. Infelizmente, o destino foi cruel e fez com que sofressem um acidente de carro, que ocasionou a morte de ambos. O grande trauma é que Gang Hui, achava que era a responsável pelo acidente, pois havia colocado seu ursinho de pelúcia no cano de descarga do carro para impedir a fuga. Agora pensa em como aquele povo e a mãe do gato queriam ver os dois pelas costas, até porque ele preferia a mãe da amiga. E não podiam deixar de comparar a moça com a mãe dela. Maldade estigmatizar.
Essa foi a fagulha que faltava para incendiar, de vez, essa relação, gerando um enorme abismo entre eles. Muito depois é que descobrem que na realidade Gang Hui evitou a morte da futura sogra, que tentou o suicídio no dia da tragédia, mas não conseguiu por causa do ursinho.
Vamos encarar a realidade
A história apresenta um protagonista ML (Male Lead) que, apesar de lindo e carismático, segue a velha cartilha de personagens obcecados pela única paixão da vida. Enquanto isso, a FL (Female Lead) oscila entre ser forte e decidida e insegura e incapaz. Li alguns comentários sobre ela ser tóxica e bla, bla, bla, bla. Não compartilho dessa opinião, acho que ela é fraca, confusa em seus pensamentos, com uma auto estima baixíssima e não tem coragem de assumir que o ama, colocando ele para correr várias vezes, até porque se culpa pela situação. Este comportamento, aliado ao clichê de que ambos mantiveram sentimentos inabaláveis por mais de uma década, pode parecer forçado, mas é o que mais me encantou na história.
A única coisa que me incomoda em Ji Gang Hui é a atitude dela em relação à Cheon Yeon Su e ao pai. Quanto ao primeiro, ela deveria ser mais solidária aos sentimentos dele. Uma pessoa tão companheira e confiável merece. Já o pai, entendo que ela se sentiu abandonada e o mesmo em relação a mãe e o irmão, porém verbalizar a dor é necessário.
Os coadjuvantes também caíram no gosto do povo, provocando um sério SECOND LEAD SYNDROME. A obra, também, inundou de comentários a Plataforma X que vão desde elogios à cinematografia até críticas e debates sobre a decisão dos personagens.
Considerações finais
Um choque de realidade é assim que encaro esse drama, quem se identificou gostou, que não gostou, prefere a fantasia do que a vida real, e não tem problema. cada um com seu cada um. Depois de todas as superações (essa é a diferença entre a China e a Coreia do Sul, a primeira sempre quer ser realista demais), os pombinhos decidem organizar suas vidas, e priorizar o sentimento que os une. E assim, fechamos esta história, com a lição mais expressiva de todas a meu ver: se te amo, quero ser o seu lar, e tudo que define essa palavra. Adorei. Aprendizado, redenção e resistência, para mim são componentes para a felicidade.
Somando isso ao elenco e uma trilha sonora fantástica , ganhamos uma excelente história, permeada de tantas outras com a mesma qualidade. Quer chorar, sorrir e se alegrar? Pode dar o play, sem medo de ser feliz.
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