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Resenha do filme: Concrete utopia


 

Annyeong haseyo!

Tudo bem com vocês?

Hoje venho trazer uma resenha sobre o recente filme estrelado por Park Seo-joon, Park Bo-young, Lee Byung-hun e grande elenco, que inclusive concorreu ao Oscar de 2023 na categoria de melhor filme Internacional de Longa-Metragem, o “Concrete utopia”.

Já aviso se tratar de um thriller distópico sem nenhum pingo de romance e que explora até aonde pode ir o ser humano para se manter vivo em um cenário de desastre e destruição. Vamos refletir um pouquinho sobre esta história?

 

 

Ficha Técnica

Drama: Concrete utopia (Sobreviventes – Depois do Terremoto)
Hangul: 콘크리트 유토피아
Roteiro: Uhm Tae-hwa
Direção: Uhm Tae-hwa
Protagonistas: Lee Byung-hun, Park Seo-joon e Park Bo-young
Gênero: Thriller/Drama/Ficção Científica
Duração: 2h09min
País: Coreia do Sul
Lançamento: 2023
Disponível: Telegram, Fansubs, YouTube, AppleTV, Amazon Prime Video e Google Play Film

 

Sinopse

Depois de um poderoso terremoto, Seul é devastada, restando apenas as ruínas da grande cidade. O apartamento Hwang Gung é o único lugar que ainda está de pé após a tragédia, se transformando em um ponto de abrigo para os sobreviventes.

Kim Young-tak conduz temporariamente os residentes dos apartamentos Hwang Gung e, à medida que a crise se desenrola, ele tenta proteger os residentes de estranhos que começam a chegar aos poucos.

Kim Min-sung, que era um funcionário público, é escolhido por Young-tak e se torna seu ajudante, enquanto Joo Myeong-hwa, esposa de Min-sung, é enfermeira e ajuda a cuidar dos feridos.

Com o passar do tempo, o número de pessoas no prédio só aumenta, exigindo uma medida especial.

 

Fonte: Adaptado de https://www.adorocinema.com/filmes/filme-299634/

 

Protagonistas

 

Kim Young-tak (Lee Byung-hun) é um homem que, logo na primeira cena em que aparece, se mostra um herói. Ele está salvando um homem que foi esfaqueado por alguém que invadiu o seu apartamento. Ele o salva diante de uma plateia – os vários condôminos do Condomínio Hwang Gung – que de cara já curte esse carinha, tanto que ele se torna o líder deles.

 

 

Kim Min-sung (Park Seo-joon)  é um servidor público casado com Joo Myung-hwa. Ele é um bom marido que se preocupa com sua família e quer a todo custo proteger sua amada esposa. Ele é um homem sensível e parece ser bom, mas com alguma pitada de egoísmo no que diz respeito a priorizar o bem estar dele e de sua esposa. Ele se torna um homem de confiança do líder dessa sociedade pós-apocalíptica.

 

 

Joo Myung-hwa (Park Bo-young) é uma enfermeira que também ama muito o seu marido, e eles vivem bem juntos. Ela é extremamente humana e conseguiu se manter mais fiel aos seus valores e, apesar de ver que o marido estava cruzando a linha, nunca o condenou porque era ele quem fazia o “serviço sujo”.

 

Desenvolvimento

 

E vamos falar sobre o filme que conquistou os jurados do Oscar de 2023 e, por unanimidade, indicaram “Concrete utopia” para concorrer à categoria de melhor filme Internacional de Longa Metragem.

O filme conta a história da população sul-coreana após uma tragédia natural que dizimou e arruinou toda Seul. Depois de um terremoto, todo o concreto da bela cidade virou pó e apenas um único prédio se manteve em pé – o Condomínio Hwang Gung.

 

 

Logo no inicio da história, o que acho bem interessante, somos apresentados a uma espécie de documentário que retratava o início da criação desses conjuntos habitacionais, que a priori era mais classe média baixa, como maneira de proporcionar moradia às pessoas a preços mais acessíveis.

Em um dado momento, nos é revelado que, na Coreia, viver em apartamentos representa ter status social e, em decorrência dessa nova ascensão, vários prédio incríveis e luxuosos foram sendo construídos. Porém, quando o “fim do mundo” veio, o único edifico que se manteve de pé, curiosamente, foi um de classe baixa.

 

 

Após as rápidas cenas desse documentário, nos é mostrado o apartamento com o casal Min-sung e Myung-hwa. Ele está com algumas escoriações e machucados pelo corpo e tudo lá fora está destruído. Os dois estão juntos e preocupados com o futuro, mas de certa forma seguros porque a casa deles não foi destruída. Nesse primeiro momento, Min-sung é quem sai do apartamento para resolver as coisas, saber o que está acontecendo.

 

 

Tudo lá fora está caótico e ninguém sabe o que esperar. No início, as pessoas ainda acreditam que haverá resgate ou algo do tipo, mas, com o passar do tempo, eles percebem que isso não acontecerá e é aí que o pessoal desse prédio decide se reunir para traçarem um plano de ação. Afinal, o condomínio precisa funcionar minimamente enquanto eles esperam que as coisas melhorem, né? E aqui já sacamos que não dá para esperar as coisas acontecerem porque o mundo praticamente acabou e eles precisam sobreviver, e isso só acontecerá através da ação.

 

 

Um pouco antes dessa assembleia, aconteceu uma situação interessante: um homem, Kim Young-tak, impede que um incêndio destrua o Hwang Gung. Ele é extremamente proativo, controla toda a situação crítica e salva o lar de todos no único edifício que resistiu ao terremoto. Ao parabenizá-lo, algumas pessoas o reconhecem como o filho da senhoria que mora no 902 e todos gostam dele. Ele também divide os louros de sua ação com Min-sung, já que ele o ajudou no controle do fogo, e é assim que esses personagens se ligam na trama.

 

 

Outra situação que acaba acontecendo é o fato de que pessoas que não são os originários moradores do condomínio estão chegando mais e mais a cada dia.

Isso vai se tornando um problema, porque no meio de um apocalipse não há recursos suficientes nem para os próprios moradores, que têm que racionar ao máximo tudo que possuem para que se mantenham vivos por mais tempo, e ter que dividir com estranhos começa a incomodar os donos dos apartamentos.

 

 

Inclusive, nosso casal principal está albergando uma mãe com seu filho pequeno, que bateu na porta deles no meio da noite e pediu que a abrigassem ou pelo menos ao filho dela. Min-sung a rechaça, mas Myung-hwa o impede e eles acolhem a mulher com a criança.

Em um primeiro momento, Young-tak demonstra ser um homem bom, camarada e discreto, como se não quisesse chamar a atenção para si. Mas essa situação já vai nos revelando as verdadeiras cores do casal: ele visivelmente incomodado, aborrecido e um tanto egoísta; ela mais humana e bondosa.

 

 

Com esse cenário ficando cada vez mais caótico, voltamos à reunião dos condôminos originários que mencionei lá em cima. Pois bem, os proprietários se juntam para ver como irão proceder para resolverem as questões de sobrevivência e, durante esse encontro, Min-sung sugere que um líder, um delegado, deve ser nomeado pelo grupo para que essa pessoa seja o responsável pela tomada de decisões.

 

 

As pessoas concordam com a sugestão e quem é o escolhido para desempenhar essa função de liderança é o salvador do condomínio, o Young-tak, afinal ele impediu o incêndio do prédio e parece ser ideal para exercer o cargo. Ele aceita e o primeiro assunto colocado em pauta é a questão dos invasores: o que fazer com eles? Uma parte das pessoas quer que eles sejam expulsos e outra parcela não, pois elas não têm para onde ir, ainda mais no meio do inverno. Aqui a gente vai vendo como as coisas vão afunilando e é  justamente quando as pessoas relativizam valores, princípios e ética.

 

 

E realmente é muito complicado resolver a questão, porque todos os argumentos são válidos. Novamente, estamos falando aqui de sobrevivência, né? Então, eles fazem uma votação para saber o que fazer e aí temos humanos sendo humanos. Afinal, o grupinho dirigente dá uma burlada na votação e a decisão vencedora é pela expulsão dos invasores.

Myung-hwa diz ao marido que não acha certo fazer isso com aquelas pessoas e o marido, que só quer resolver um problema, diz que eles encontrarão outro lugar para ficarem, e o que ela diz é algo que me doeu: “Eles não têm para onde ir, colocá-los para fora é jogá-los para a morte, literalmente”.

 

 

Aqui me pegou, sabe? Porque eu super concordei com ela! Comecei até me irritar um pouco com as atitudes do Min-sung que foram me parecendo egoístas e desumanas demais! Só que assim como a esposa acabou acatando a decisão e se resignando, eu também compreendi essa passividade: o que fazer em uma situação como essa? Estamos falando do fim de tudo! Não há mais nada! Não há comida, água, gás, tudo sendo feito no improviso.

Não existe mais Estado, Governo, nada! As pessoas precisam estabelecer os parâmetros para aquela nova sociedade e nessas horas nos lembramos que os seres humanos também são animais, também são movidos por instintos, e o da sobrevivência se sobrepõe a muitas outras questões, infelizmente. Aquelas pessoas precisam e vão se reorganizar da melhor maneira possível, mas também a essência humana vai sobressair bem naquela parte em que quem tem o poder de decisão acaba se beneficiando da situação, dos recursos, das pessoas.

 

 

Decidido que irão expulsar os intrusos, o agora líder Young-tak monta uma equipe que fica responsável pela segurança do Condomínio, a Anticrime, da qual Min-sung faz parte e que tem por primeira tarefa a de expulsar os invasores. Eles são liderados por Young-tak, que consegue o intento depois de alguma dificuldade e violência. No momento em que ele é ovacionado pelos seus seguidores, a gente vê a mudança no olhar desse personagem, ele cresce e realmente acaba por se sentir o líder daquela galera. Inclusive, um dos que o passam a admirá-lo é o Min-sung, que acaba assumindo a sua função de chefe da Anticrime com fervor.

 

 

E é assim que as coisas passam a funcionar, após a expulsão dos invasores, nasce ali uma espécie de nova sociedade. Temos um grupo mais seleto, formado pelo líder e o pessoal da Anticrime e seus familiares. Esse grupo é ligado diretamente ao líder, que dita as regras daquela sociedade e que é seguida à risca por todos, já eles confiam em seu chefe, com algumas raras exceções.

Há alguns moradores que não concordam com a forma de liderança do Young-tak, mas acabam aceitando porque aquele lugar é o único onde podem sobreviver e é também por meio da liderança dele que as coisas funcionam para todos ali dentro, mesmo que haja distribuição desigual das provisões.

 

 

E é assim que a história nos vai sendo contada, nos mostrando o lado pior do ser humano e desfiando uma crítica pesada à hipocrisia, à corrupção, à crueldade das pessoas em situações cruciais. Todo o tempo vamos sendo levados a pensar sobre os valores, os princípios, a ética e, para mim, ficou bem claro que tudo é um privilégio de quem tem o mínimo para viver. Ficou latente que gente faminta é muito mortal.

As cenas das expedições por comida feitas pela Equipe Anticrime são muito angustiantes, porque são nesses momentos que vemos a maldade humana transbordando, pois quando eles estão indo buscar alimentos para levarem para a sociedade deles, o uso da força é exagerado. Também incomoda a crueldade aplicada aos mais fracos para roubarem o que não é deles, sob a justificativa da sobrevivência. É um justificativa forte, mas não dá para ficar bem com as escolhas feitas. Este filme mostra a realidade nua e crua dos instintos humanos.

 

 

Ao mesmo tempo em que vou sentindo ódio do Líder e dos homens que estão com ele nessas expedições, incluindo o Min-Sung, eu também acabo compreendendo que eles estão fazendo o que acham ser necessário para o bem do grupo deles, né? Porque por mais que a esposa não concorde com as ações do marido e ou com os métodos utilizados ela acaba se beneficiando das ações dele, e, quer queira, quer não é por causa desses homens que aquelas pessoas ainda estão vivas e seguras. E aqui entra um dilema existencial e ético que eu não sei como responder.

 

 

Conforme as coisas vão se encaminhando e os próprios moradores começam a ficar insatisfeitos com a forma de liderar do Young-Tak ninguém consegue fazer muita coisa porque ninguém ali tem coragem de assumir as responsabilidades que ele tomou para si. E aqui é o que mais temos em sociedade: as pessoas reclamam mas fazer algo de fato para mudar ninguém faz. Em meio a insatisfação de alguns moradores, inclusive da esposa do Min-Sung esses insatisfeitos decidem ajudar alguns intrusos “por baixo dos panos” aqui eu vejo mais uma forma de tentar minimizar um pouquinho o sofrimento de algumas pessoas. E Young-Tak está desconfiado das ações de Myung-Hwa e passa a vigiá-la.

 

 

Agir na surdina foi a forma que essas poucas pessoas encontraram de fazer o bem, de dividir o que têm com quem não tem nem condições de se manter, o problema é que quando eles são descobertos acontece uma caça às bruxas no condomínio e os traidores têm suas casas marcadas e os invasores capturados são extremamente humilhados antes de serem enxotados do lugar e o ápice dessa cena é quando um dos moradores considerado traidor acaba se matando, porém não antes de dizer que aquilo ali não era humano e que as pessoas não deveriam viver daquela forma mesmo que o fim de todos estivesse próximo.

 

 

Essa cena me chocou demais porque pouco antes dela eu tinha pensado “Nossa! Acho que se fosse comigo, eu preferiria ter morrido no terremoto ou congelada, porque olha a situação que os sobreviventes estão tendo que passar?!” E aí quando ele se joga lá de cima eu caio junto com ele e sinto uma paz alarmante e uma certeza de que foi a melhor escolha.

Com essa morte o que se sucede logo após é que poucas pessoas se importaram e a maioria o julgaram, o chamando de idiota! Zero empatia, zero senso de responsabilidade e zero consciência. Ali as pessoas deixaram um pouco de serem humanas. Eu senti muita angústia durante todo o filme.

 

 

E o líder que odeia invasores é na verdade um invasor que matou o verdadeiro proprietário da unidade que ele reside bem no dia do terremoto, na frente da mãe do cara. Ele caiu em um golpe dado pelo verdadeiro Young-Tak que forjou a venda do apartamento pra ele, quando ele foi buscar seu dinheiro de volta os dois brigaram e ele matou o cara, teve o terremoto e ele foi confundido com o Young-Tak.

Ele enlouqueceu porque já tinha perdido a família dele e a única coisa que lhe restou foi aquele apartamento, e, consequentemente, a liderança a ele confiada. Isso não me convenceu tanto assim mas como o mundo acabou e ele meio que teve a chance de recomeçar uma vida, foi o que ele fez.

 

 

Nessa hora o caos foi estabelecido tinha gente que queria matá-lo, outros expulsá-lo do condomínio, outros ficaram extremamente decepcionados com a verdade, entre eles o Min-Sung e quando estava esse tumulto todo o Condomínio Hwang Gung foi invadido por invasores e foi uma loucura! O líder morreu tentando proteger seu reino. Min-Sung para proteger sua esposa foi mortalmente ferido e quando ele viu o caos que se instalou, o casal  conseguiu fugir daquele lugar e ficaram andando até que encontraram abrigo nas ruínas de uma igreja.

E antes de dormirem, Min-Sung, perde perdão à esposa pelas coisas que precisou fazer mas que sempre quis protegê-la e que a única coisa boa e certa que ele fez na vida foi ter se casado com ela, os dois realmente se amavam, se respeitavam e se compreendiam, quando o dia amanhece Myung-Hwa vai acordar o marido e percebe que ele está morto.

Algumas pessoas os encontram e a ajudam a enterrar seu amado e oferecem a ela apoio convidando-a para viverem com eles. Eles moram nas ruínas do que parecia ser um condomínio que em outra época deve ter abrigado pessoas mais abastadas.

 

 

E é assim que ela vai viver com aquelas pessoas que também construiram uma sociedade, mas uma sociedade mais solidária que divide, não mata, ajuda, ampara e acolhe. Bem diferente da sociedade criada pelo condomínio. Inclusive, essas pessoas que a acolheram perguntam se era verdade que as pessoas do condomínio comiam outras pessoas, já que a fama deles não era muito boa, ao que ela responde que eles eram apenas pessoas normais. E isso nos cala fundo na alma. Realmente eram apenas pessoas tentando sobreviver porém deixaram o desespero e a maldade por vezes as dominarem porque acreditavam que aquela era a única maneirar de continuarem existindo.

E esse novo grupo de pessoas que também se reorganizaram nos mostra que é possível sobreviver sem crueldade, sem maldades ou beneficiando alguns grupos. Neste novo condomínio as pessoas não enlouqueceram após a catástrofe e isso também é um aprendizado: devemos manter alguns princípios para sobrevivermos.

 

Considerações finais

 

Primeiramente o longa foi muito bem produzido com uma ótima fotografia, efeitos especiais impressionantes; o elenco é outro ponto positivo só tinha gente boa trabalhando nesse filme. Achei que o enredo trouxe um tema espinhoso e que gera um mal estar na gente. É um tema muito atual e próximo do estamos vivendo, né? O mundo atualmente acompanha algumas guerras, todos os dias somos alertados sobre as questões climáticas que geram desastres naturais com bastante frequência e sem mencionar a recente pandemia.

Tudo isso nos aproxima muito de um futuro catastrófico, nem tão futuro assim. Acho que os seres humanos foram, infelizmente, muito bem retratados em suas várias falhas que ficaram mais evidentes e muito relativizadas em tempos caóticos, mas, apesar de toda a maldade e crueldade ainda subsiste alguma humanidade em quem consegue se chocar e não relativizar absurdos.

Entendi porque os jurados do Oscar, por unanimidade, aceitaram colocar esse filme para concorrer na categoria de Internacional é um assunto atual e que dialoga de maneira universal com as pessoas, sabe? É um filme que pode ser compreendido em qualquer país porque não se trata de uma questão regional e gera vários questionamentos.

Claro que o filme não me deixou apenas com o gosto amargo na boca por causa da crueldade, hipocrisia e maldade das pessoas mas também me deixou levemente confortada em saber que no final, depois de sair daquela loucura, encontramos o outro lado do ser humano, o lado que não enlouqueceu com o desespero. Fomos brindados com a esperança, com pessoas que não perderam sua humanidade, nem seus valores e muito menos os seus princípios. Que em meio ao caos dá para se reconstruir desde que não se queira subjugar o outro. Eu prefiro ficar com essa leitura, rsrs. Por que terminei de assistir e fiquei com um peso no coração.

E vocês? O que acharam dessa obra?

 

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