Annyeong haseyo!
Tudo bem com vocês?
Hoje eu trago uma lista com cinco lendas populares da Coreia do Sul, que refletem a rica mitologia e folclore do país.
1. Dangun Wanggeom
A lenda da ancestralidade de Dangun começa com seu avô Hwanin, o “Senhor do Céu”. Hwanin teve um filho, Hwanung, que ansiava por viver na terra entre os vales e as montanhas. Hwanin permitiu que Hwanung e 3.000 seguidores descessem para Myohyang-san, onde Hwanung fundou Sinsi. Junto com seus ministros das nuvens, da chuva e do vento, ele instituiu leis e códigos morais e ensinou aos humanos diversas artes, medicina e agricultura.
Um tigre e um urso oraram a Hwanung para que se tornassem humanos. Ao ouvir suas orações, Hwanung deu-lhes vinte dentes de alho e um ramo de artemísia, ordenando-lhes que comessem apenas esse alimento sagrado e permanecessem fora da luz solar por 100 dias. O tigre desistiu depois de cerca de vinte dias e saiu da caverna. Porém, o urso perseverou e se transformou em mulher. Diz-se que o urso e o tigre representam duas tribos que buscavam o favor do príncipe celestial.
A mulher-ursa, Ungnyeo, ficou grata e fez oferendas a Hwanung. No entanto, ela não tinha marido e logo ficou triste e rezou debaixo de uma árvore de “bétula divina” para ser abençoada com um filho. Hwanung, movido por suas orações, tomou-a por esposa e logo ela deu à luz um filho chamado Dangun Wanggeom.
Dangun ascendeu ao trono, construiu a cidade murada de Asadal, situada perto de Pyongyang, e chamou o reino de Joseon – hoje conhecido como Gojoseon, “Antigo Joseon”, para não ser confundido com o reino posterior de Joseon, que foi estabelecido cerca de 2.000 anos depois. Ele então mudou sua capital para Asadal no Monte Paegak ou Monte Gunghol.
A biografia de Dangun refletia o interesse do povo de Dangun Joseon (Gojoseon) da época em estabelecer a legitimidade da realeza de Gojoseon e a dignidade do país. O rei de Gojoseon conduzia um ritual em homenagem ao seu deus ancestral todos os anos. Logo, o mito de Dangun era a ideologia política do período Gojoseon, e o ritual tinha uma função de assembleia política.
Fonte: Adaptado de https://en.wikipedia.org/wiki/Dangun
2. O conto de Chunhyang
“Chunhyangjeon”, também conhecido como “O Conto de Chunhyang”, é uma das histórias mais famosas e populares da literatura clássica coreana, escrita durante a Dinastia Joseon, em meados do século XVII.
A história é um conto de amor que gira em torno dos personagens principais, Chunhyang e Lee Mongryong. Chunhyang é uma bela e virtuosa gisaeng, uma espécie de cortesã ou artista em entretenimento nos tempos antigos da Coreia, enquanto Lee Mongryong é um jovem nobre e estudante. Eles se apaixonam profundamente e enfrentam muitos desafios juntos.
Um dos temas centrais da história é o amor verdadeiro e a fidelidade de Chunhyang a Lee Mongryong, mesmo quando ele é forçado a deixá-la para estudar em Seul. Enquanto ele está ausente, Chunhyang enfrenta a opressão e a tentação de outros homens, mas ela permanece fiel ao seu amor. Eventualmente, Lee Mongryong retorna como um funcionário do governo e os dois se reúnem.
“Chunhyangjeon” é uma história romântica que também destaca valores como a virtude, a fidelidade e a resistência diante da adversidade. É uma parte importante do cânone literário coreano e foi adaptado para várias formas de arte, incluindo um filme lançado em 2000.
Fonte: Adaptado de https://www.instagram.com/p/Cy6_ByXtq0e/?ref=jnwancluo4c5e
3. O mito da raposa de nove caudas
Embora as versões japonesa e chinesa coloquem a raposa de nove caudas como neutra, podendo ser boa ou má, na versão coreana a entidade é frequentemente apresentada como maligna, devoradora de corações ou fígados humanos. Em coreano, a raposa leva o nome de gumiho.
Essa criatura possui o yeowoo guseul, uma bolinha que dá poderes ao animal, além de ser capaz de sugar a energia vital de humanos. Um dos meios mais comuns que a gumiho tem de roubar essa energia é com um beijo, colocando o yeowoo guseul na boca da vítima e pegando-a de volta.
O yeowoo guseul também pode ser utilizado por humanos, embora não seja algo fácil de fazer. Para isso, a pessoa deve engolir a bolinha antes que a gumiho seja capaz de recuperá-la e observar “o céu, a terra e as pessoas”, recebendo conhecimento referente a cada um dos itens observados. Na maioria dos contos, porém, a pessoa não é capaz de observar o céu e acaba ficando sem uma das habilidades mais importantes.
Embora as interpretações variem de país para país, algumas das principais características se mantêm em todas elas: a entidade é capaz de trocar de forma, frequentemente optando por apresentar-se como uma bela mulher, e gosta de encantar e pregar peças nos humanos.
Fonte: Adaptado de https://jovemnerd.com.br/noticias/etc/o-mito-da-raposa-de-nove-caudas-na-cultura-pop
4. Imoogi e Yong
Na mitologia coreana, os dragões ocupam um lugar semelhante ao da tradição chinesa e japonesa. Eles são tidos como poderosos espíritos da natureza, associados a corpos de água e tempestade. No entanto, os dragões coreanos possuem uma hierarquia única.
Os dragões coreanos começam a vida como Imoogi, ou Grande Lagarto, gigantescas serpentes que habitam águas profundas e frias ou vivem em cavernas.
No entanto, esses dragões menores desejam se tornar dragões maiores, ou Yong.
Após viver mil anos, um Imoogi começa a observar o céu, de onde um objeto divino chamado Yeouju pode cair, pois acredita-se que ele concede desejos. Se um Imoogi consegue pegar um Yeouju, seu desejo é atendido e ele se torna um Yong.
Fonte: Adaptado de https://portal-dos-mitos.blogspot.com/2020/04/dragoes-coreanos-imugi-e-yong.html
5. Conto de Gyeonwoo Jignyeo
Lenda que conta a origem de Chilweolshilseok, 7 de julho no calendário lunar, período em que a estrela Altair e Vega se aproximam. Supõe-se que surgiu para explicar também a existência do asterismo “Grande Carro”.
Imperador Jade por amar muito sua neta Jiknyeo, permitiu que ela se casasse com um pastor do reino do céu. Porém, o casal estava se divertindo tanto com a vida de recém-casados que deixaram de cumprir suas obrigações e tarefas originais. O Imperador Jade se irritou com esse fato e decidiu separá-los, fazendo cada um morar em cantos opostos da Via-Láctea e permitiu que se encontrassem apenas uma vez ao ano, em 7 de julho.
O casal se lamentava tanto de saudade, pois mesmo no dia permitido não conseguiam se encontrar por conta da Via-Láctea. Os corvos e as pegas sentiram dó do casal e resolveram ajudá-los, juntando suas cabeças formando assim uma ponte — Ojakgyo/) — para eles no céu. Por isso, após esse dia os corvos e as pegas voltam carecas.
Fonte: Adaptado de https://www.letras.mus.br/academy/blog/folclore-coreano/
Leia também: https://koreanny.com/5-dramas-com-park-bo-young/
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