Annyeong haseyo! 
Tudo bem com vocês?
Uma viagem para Taipei, um programa de imersão cultural… ou seria uma grande festa disfarçada?
Entre pressões familiares, triângulos amorosos e descobertas pessoais, Ever precisa encontrar sua própria voz. Com a ajuda de Sophie, Xavier e da inspiradora Tia Shu, ela aprende a viver com mais coragem e verdade.
Love in Taipei é sobre crescer, errar, se libertar e, acima de tudo, dançar ao som da própria vida.
Ficha Técnica
Filme: Love in Taipei/Férias em Taipei
Direção: Arvin Chen
Roteiro: Charlie Oh e Mackenzie Dohr
Protagonistas: Ross Butler, Ashely Liao e Nico Hiraga
Gênero: Comédia/Romance
Duração: 95 min
Países: Estados Unidos/Canadá
Lançamento: 2023
Disponível: Netflix
Sinopse
De férias em Taipei, uma estudante de medicina precisa equilibrar as expectativas dos pais, o romance e a paixão pela dança. Baseado no livro de Abigail Hing Wen.
Fonte: Adaptado de https://www.netflix.com/br/title/81774657
Protagonistas
Ever (Ashley Liao) é uma jovem reservada, mas com uma beleza delicada e uma mente brilhante. Filha de imigrantes taiwaneses nos Estados Unidos, ela carrega o orgulho dos pais em sua trajetória acadêmica rumo à medicina. Como forma de presenteá-la, eles a enviam para uma imersão cultural em Taipei, na esperança de que ela se conecte com suas origens.
Sophie Ha (Chelsea Zhang) é o oposto de Ever: desinibida, espontânea e dona de uma liberdade que contagia. É por meio dela que Ever começa a romper com suas próprias barreiras e experimentar o mundo além da zona de conforto.
Rick Woo (Ross Butler) é o filho ideal aos olhos da mãe de Ever, atlético, inteligente, presença constante em capas de revistas, com uma família bem-sucedida. No entanto, por trás dessa imagem impecável, ele esconde desejos profundos de seguir um caminho próprio e gritar por independência.
Xavier (Nico Hiraga), por outro lado, vem de uma família poderosa e conhecida, mas vive à sombra das expectativas irreais impostas sobre ele. Visto como o rebelde do grupo, ele é, na verdade, alguém que apenas deseja viver em seus próprios termos, valorizando a liberdade acima de tudo.
Nem sempre a adaptação nos escolhe… e está tudo bem!
Adaptação do livro Loveboat, Taipei, de Abigail Hing Wen, o filme me deixou com sentimentos mistos. Como leitora, gostei muito mais da obra original, algo que me lembrou bastante o que aconteceu com Para Todos os Garotos que Já Amei. Talvez esse tipo de adaptação não seja exatamente voltado para o meu perfil, e tudo bem.
A proposta de uma imersão cultural em Taipei acaba se transformando, na verdade, em uma grande festa, a famosa “Loveboat”. Ainda assim, o filme encontra espaço para explorar os sentimentos mais profundos de Ever. E, sim, há um mergulho cultural, mas de um jeito mais sutil e significativo, especialmente por causa da presença da Tia Shu.
Um ponto que me tocou positivamente no filme foi a forma como ele valoriza os sentimentos individuais. Ele mostra como a pressão familiar, muitas vezes disfarçada de incentivo, pode acabar sufocando sonhos em vez de impulsioná-los. Muitos pais projetam seus desejos nos filhos sem perceber, e isso fica claro na trajetória da Ever. Ela ama dançar, mas esconde esse lado dos pais, por medo de decepcioná-los.
Triângulo amoroso e pressões invisíveis: o caos de sentir
Sophie Ha é a primeira a se aproximar de Ever, rompendo os muros que ela mesma construiu ao seu redor. Com seu jeito livre e espontâneo, Sophie mostra que existe vida além dos livros, uma vida cheia de possibilidades, aventuras e descobertas. Com um pouco de insistência, Ever acaba se rendendo e, pela primeira vez, começa a viver fora da sua bolha.
É nesse novo mundo que surge um triângulo amoroso. Rick, o primeiro interesse de Ever, representa tudo o que sua mãe considera ideal: bom aluno, esportista, de família rica e influente. Eles chegam a ter um envolvimento, mas logo Ever percebe que o universo de Rick é muito distante do seu. O brilho das aparências, o peso da classe social e a frieza das prioridades familiares colidem com os valores dela. E Rick, mesmo incomodado, não se posiciona, afinal, o que um adolescente privilegiado poderia realmente fazer contra tudo isso?
Ever, que sempre se destacou nos estudos, começa a entender que aquilo que ela tanto valoriza, autenticidade, esforço e verdade, não significa o mesmo para ele. É então que surge Xavier, um espírito livre, que sempre observou Ever em silêncio. Diferente de Rick, Xavier não esconde quem é. Eles se aproximam naturalmente, embora ele também tenha se envolvido com Sophie em determinado momento.
Vale lembrar que são adolescentes em meio às descobertas, paixões e confusões típicas dessa fase. Até Sophie, que também é da família de Rick, tenta moldar Xavier para algo que ele simplesmente não é, uma tentativa de encaixá-lo em expectativas que não combinam com sua essência.
Expressar é resistir: a dança como voz de Ever
Minha personagem favorita é, sem dúvida, a Tia Shu (Cindy Cheung). Morando nos arredores de Taipei, ela é uma figura inspiradora para Ever. Dona de uma cooperativa de arte, Tia Shu leva uma vida cheia de liberdade, criatividade e autenticidade. Ela já percorreu o mundo, sempre guiada pela auto-expressão, uma vida que Ever secretamente sonha em ter.
É com ela que Ever começa a despertar para quem realmente é. Tia Shu a incentiva a se reconectar com sua verdadeira paixão: a dança. Oferece um espaço para que Ever possa treinar e se expressar, e esse lugar se torna um refúgio onde ela passa boa parte do tempo. Mais do que apoio prático, a tia oferece apoio emocional, encorajando Ever a ser honesta com seus pais sobre o que realmente deseja para seu futuro.
No final, durante a festa de encerramento, quando Ever está prestes a se apresentar, Tia Shu convida os pais dela. É nesse momento que acontece uma conversa sincera e transformadora entre eles. Fica claro que os laços familiares importam, que o diálogo é essencial e que a vida profissional também deve caminhar junto com o bem-estar pessoal. O equilíbrio entre tudo isso é o que realmente importa.
E, como não poderia deixar de ser, Ever escolhe Xavier, um encontro de almas que se reconhecem na leveza, na força e na liberdade de serem quem são, sem amarras.
Considerações finais
“Love in Taipei” é mais do que uma história sobre adolescentes em uma viagem cultural. É sobre libertar-se das expectativas, encontrar sua própria voz e entender que nem sempre os caminhos esperados são os que fazem nosso coração vibrar. Ever representa tantas pessoas que crescem tentando agradar, enquanto escondem aquilo que realmente as faz felizes.
Com personagens que refletem diferentes formas de pressão e liberdade, e com uma Tia Shu inspiradora que mostra que é possível viver com autenticidade, o filme nos lembra que crescer também é escolher por si mesmo, mesmo que isso signifique decepcionar alguns no caminho.
No fim, “Love in Taipei” fala sobre coragem. A coragem de ser quem se é, de amar quem se quer e de dançar sem medo diante da própria vida.
Leia também: https://koreanny.com/saiba-tudo-sobre-o-filme-are-we-in-love/
Se você assistiu a “Love in Taipei”, deixe sua opinião nos comentários.