Annyeong haseyo!
Tudo bem com vocês?
Hoje vamos falar sobre relacionamentos amorosos e suas várias facetas nesta pérola chamada “Between him and her”. O título já nos dá um spoiler sobre uma relação vista de dentro e com a versão de cada envolvido. É um dorama minimalista, mais vida adulta, que se encaminha para as escolhas decisivas da vida, e que busca destrinchar as nuances do término de um namoro muito longo, por essa razão é mais arrastado, mais lento, e a gente se envolve naquelas questões.
Eu o coloquei na minha lista de K-dramas injustiçados porque ele é muito bom, só não é para todo mundo. Sem mais delongas, vamos às considerações?
Ficha Técnica
Drama: Between him and her
Hangul: 남과 여
Roteiro: Park Sang-min
Direção: Lee Yoo-yeon
Protagonistas: Lee Dong-hae e Lee Seol
Gênero: Romance/Drama
Duração: 12 episódios
País: Coreia do Sul
Lançamento: 2023
Disponível: Fansubs, Telegram e Viki
Sinopse
Na época da faculdade, os queridinhos do campus Jung Hyun-sung e Han Sung-ok se apaixonaram perdidamente. Eles não conseguiam imaginar passar um dia separados — e sonhavam em ter carreiras de sucesso que se complementassem, pois passariam os dias para sempre nos braços um do outro.
Sete anos depois, a realidade se mostrou diferente — muito diferente. A “crise dos sete anos”, como eles puderam ver, é um fenômeno muito real. Embora Jung Hyun-sung tenha se tornado o designer de sua própria marca de moda e Han Sung-ok seja uma designer de joias, suas carreiras estão longe de ser estelares. A véspera do seu sétimo aniversário juntos se aproxima, mas o impensável acontece: eles ficam entediados um com o outro. Onde antes vivia a paixão, agora reside apenas a indiferença e o tédio. As coisas estão prestes a atingir o auge — mas será que a faísca retornará ao relacionamento deles… para salvar o dia?
Fonte: Adaptado de https://www.viki.com/tv/40248c-between-him-and-her?locale=pt
Protagonistas
Jung Hyeon-seong (Donghae) é um designer de roupas e juntamente com a sua namorada, Han Sung-ok, fundaram uma marca na época em que ainda estavam na faculdade a H2. Ele desenha as roupas e ela as joias. Eles namoram há 7 anos e a empresa deles ainda não decolou mesmo que ele se dedique exclusivamente a ela. No campo afetivo a relação dele com a namorada já não anda tão bem, depois de tantos anos juntos o relacionamento deles caiu na rotina, eles não têm mais aquela paixão de antes. Ele sente que seria bom se terminassem mas não tem coragem para tanto.
Han Sung-ok (Lee Seol) é uma designer de joias e namora Jung Hyeon-seong desde a época da faculdade, juntos eles têm uma marca de roupas e acessórios, a H2. Para que o namorado possa se dedicar exclusivamente a empresa dos dois, que não gera tantos lucros assim, ela trabalha em uma empresa fazendo o marketing das joias e é o salário dela que mantém os dois de pé. Apesar de ser apaixonada por sua profissão, ela teve um fracasso na área o que a deixou receosa de tentar novamente. Acaba que ela só desenha suas peças para a H2 e para ela mesma. Ela também não está satisfeita com o estado de seu relacionamento, ela também sente falta da emoção, da paixão e ainda assim ele quer se casar com ele.
Desenvolvimento
O início da trama já nos mostra uma cena bem quotidiana uma jovem mulher tentando fazer um teste de gravidez quando o seu parceiro entra de uma vez no banheiro e ela acaba guardando o exame, sem fazê-lo. Eles começam a conversar sobre o aniversário de de sete anos de namoro deles, que acontecerá naquela noite.
Ela o questiona por ter convidado os amigos para comemorarem com eles, mas ele diz que assim seria melhor porque só os dois seria chato. Já da para notarmos que o casal não tem mais aquela empolgação de antes, sabe? Ele organiza o evento sem falar nada com ela e já emendam o assunto de trabalho.
Eles começam a conversar sobre a fusão da marca deles com uma outra marca maior e de sucesso (a Winders) mas que não tem tanta qualidade e personalidade. Os dois são fundadores da H2, uma confecção de roupas e acessórios, ambos são designers, ele de roupas e ela de joias. Para que a sua marca se mantenha aberta Hyeon-seong se dedica exclusivamente a essa tarefa, enquanto Seong-ok trabalha no marketing de uma empresa de joias.
Nos é contado que ela é quem paga a maior parte das contas para que a H2 continue funcionando. Apesar dela amar desenhar joias, ela acabou se frustrando com um fracasso que teve na primeira empreitada de desenhá-las, agora ela faz o marketing das joias de outra pessoa e desenha por hobby, apenas uma amiga sabe disso, Eun-Jeong, que a incentiva a voltar com essa atividade.
Durante a comemoração coletiva do namoro deles, vamos percebendo o desconforto da Seong-Ok e ao mesmo tempo o tanto que o Hyeon-seong não percebe nada disso, pelo contrário, ele está se divertindo muito com os amigos dele parece que nem se lembra sobre o que se trata aquela resenha. Os amigos dele também não percebem que estão sobrando e ele conta a eles sobre a fusão das marcas, os amigos gostam, ele promete carro para todos eles, vemos aqui que ele quer impressionar e agradar os amigos, ela que lute!
Ela já está ficando saturada de tudo aquilo, de toda aquela conversa, de todas aquelas pessoas que não desconfiam e não deixam o casal a sós, se bem que nem o Hyeon-seong mostra interesse em ficar a sós com ela, né? Como os amigos vão notar? A gota d’água é quando eles abrem o vinho favorito que ele compra pra ela, para eles comemorarem quando todos fossem embora e o namorado não faz nada, minimiza, falando que depois compra outro pra ela.
Aqui ela fica chateada não pelo o vinho em si mas por ele não se importar com o que ele representa naquele dia. Ela fica com raiva porque ela percebe que ele prefere a companhia dos amigos do que a dela no dia em que eles comemoram mais um ano juntos.
O namoro deles chegou àquele limbo, sabe? Que caiu na rotina sem que nenhum dos dois se dessem conta disso e quando os dois percebem já não sabem o que fazer um com o outro. A relação já não está boa pra ninguém mas nenhum dos dois tem a coragem de terminar, eles não estão felizes e/ou satisfeitos, apenas acomodados. Foram vários anos dedicados àquela relação que acabou gerando uma empresa, expectativa na família, enfim, um impasse que tantos casais já passaram ou passam nesse exato momento.
Quantas vezes nós mesmos já não nos vimos nessa situação? E sem a coragem de resolver as coisas ou porque temos medo de não encontrar mais ninguém, ou porque temos preguiça de começar um outro relacionamento. Tem até o fato das expectativas geradas na família e no círculo social e ter que assumir mais um fracasso além do profissional. Fiquei reflexiva aqui rsrs
A história avança, Hyeon-seong, se dedica exclusivamente a preparação para a reunião da fusão das marcas ele faz tudo isso sem participar nada a Seong-ok ela até tenta dar uns pitacos mas é prontamente cortada e jogada de lado e mais uma vez ela se sente excluída da vida dele. Não satisfeita de como as coisas estão entre eles, Seong-ok, tenta reanimar a relação mas ele parece não ter vontade de nada, só quer manter a rotina da qual ele também já se cansou. Fica claro que ele não se interessa por nada da vida dela.
É bem frustrante, a gente sente a frustração e a estagnação que os dois estão sentindo dentro daquela situação e que não sabem o que fazer para sair dela ou para mudar as coisas. A sensação que nos dar é de impotência, raiva, vontade de dar uns tapas nele, uns chacoalhões nela.
Outro núcleo que me irritou bastante foi o dos amigos dele, bando de sem noção e sonsos. Eles não desconfiam que estão sobrando na relação dos dois e ainda prestam o desserviço de arrastarem o traste do Hyeon-Seong para a bebedeira e ainda convidam várias mulheres e o incentivam a agir como solteiro e ele faz o que eles querem, não dá outra, ele acaba traindo a namorada e acorda com outra mulher em um hotel, aí, você acha que ele tá arrependido? Que nada!
Ele sai pensando onde foi que a relação deles desandou e ainda da um risinho de deboche? Algo pelo tipo. Enfim, o final desse capítulo é maravilhoso, porque, quando ele pega o elevador para ir embora do hotel adivinha com quem ele dá de cara: com a namorada, Seong-ok!! Acompanhada por outro cara kkkkkk….parece que o jogo virou, não é mesmo?
Nesse ponto a gente está esperando aquele barraco, né? Choro, baixaria que a gente ama, maaaaaaas o que vemos é os dois se ignorarem como se fossem dois estranhos, ele arruma briga com um terceiro na rua e ela fica com aquela cara de Madalena arrependida. Para que a gente entenda o que rolou aqui, a própria história, volta nos momentos antes dos dois pararem no motel. O que acontece é que esses dois, enquanto casal, deixaram a rotina os engolir. Chegaram naquele ponto da relação em que estar dentro daquele relacionamento é confortável, seguro, previsível e por isso sem emoção.
É por essa razão, que ambos se sentem saturados e não mais satisfeitos dentro daquela situação mas por já terem sete anos juntos não sabem como sair daquilo ou se querem sair e também não sabem como conversar sobre essa questão que claramente incomoda os dois. É dentro dessa sensação de falta de paixão, de excitação, de emoção que os dois acabam se envolvendo com aqueles respectivos pares no motel.
Enquanto Seong-Ok está com umas amigas jantando e conversando ela recebe uma mensagem de um carinha que vive dando em cima dela; ela tenta falar com o namorado e ele não a responde porque ele está um rolê com os amigos tranqueira dele, inclusive, ele está de papinho com um mulher.
É nessa hora que se junta a fome com a vontade de comer! Seong-ok decide responder ao contatinho e Hyeon-seong decide dar corda para a moça que está com ele. Aqui eu vejo a curiosidade de ambos em se arriscarem numa aventura em busca de sensações, de paixão, daquela loucura de momento, de algo diferente, ou, talvez, através de outras pessoas sentirem o que já não sentem entre eles. Acho aquela excitação passageira seguida da culpa, do sentimento de que não está fazendo algo certo mas querer mesmo assim errar para buscar algum sentido, alguma resposta para o que já não têm entre ambos.
Pois bem, assim que ela aceita tomar uns drinks com o contatinho Seong-ok já dá uma arrependida, parece que ela vê que na prática não pareceu tão legal ou excitante; ela fica desconfortável com a situação e acaba bebendo demais o que a faz apagar e o carinha a leva para o motel.
Quando ela acorda, fica preocupada, porque em um primeiro momento ela não se lembra do quê aconteceu ou como chegou ali, na hora que ela vê o parceiro dela no quarto percebe que nada rolou entre eles e é quando ela se levanta para ir embora com moço atrás dela querendo saber se ela está bem. E é justamente o momento que ela dá de cara com o namorado no elevador.
Hyeon-Seong leva a moça que estava com ele no bar para o motel porque ela estava muito bêbada e a coloca na cama, apenas! Apesar de ter balançado não cedeu à tentação. Só que ele sai daquele quarto pensando quando a relação dele chegou àquele ponto? Quando ele e a namorada foram perdendo a vontade de estarem apenas os dois, de namorarem, de não terem vontade de olhar para o lado?
Ele acaba lembrando que ele não anda se esforçando muito pela relação deles já que ele não ouve mais o que ela diz, não faz mais as pequenas vontades dela, não procura estarem só os dois e é ai, com peso na consciência, que ele decide comprar um ingresso para um lugar que ela queria ir e ele não deu muita bola. Assim que ele acaba de comprar o ingresso, a porta do elevador se abre e ele dá de cara com a namorada ao lado do carinha. A famigerada cena do elevador.
Eu não entendo a educação desse povo, sabe? Ambos foram pegos, reciprocamente, em uma situação um tanto curiosa, para dizer o mínimo e o máximo que eles fazer é se olharem e fingirem que não se conhecem?! Gente!! Cadê a gritaria, cadê o barraco, cadê o “quem é essa aí, papai?”. Não! Apenas o silêncio!!
O que acontece depois é ainda mais estranho já que eles não vão quebrar o pau em casa! Ela liga para ele e eles ficam em silêncio ao telefone e se perguntam como chegaram àquela situação. Eles pedem desculpas e eles terminam! Por telefone, depois de sete longos anos, e, sem nenhuma conversaaaaaa!! Frustranteee!! E preferem sofrer sozinhos.
Ele acaba percebendo que deixou de cuidar daquela relação porque ficou tão cômodo e confortável que ele tinha certeza de que a teria ao seu lado para sempre. Ele realmente foi muito negligente com ela, inclusive, a amiga dela, Ryu Eun-jeong (Park Jeong-hwa), fala isso na cara dele e que agora não adiantava ele fingir que sofria por ela. Errada a amiga não tá, né? Porque desde o início a gente vê uma Seong-ok tentando manter essa relação, tentando ser um casal com ele e ela sempre o apoiando de todas as formas possíveis e ele não parecia estar tão empolgado com ela.
O dorama é sobre esse casal, mas não apenas sobre eles. Ao longo da trama nos vai sendo apresentada a história dos outros personagens, dos amigos do casal central. Um deles é o Oh Min-hyeok (Kim Jae-hyuk), o Pig, que tem uma amizade com a Kim Hye-ryeong (Yoon Ye-joo) desde o Ensino Médio e eles são muito parceiros até que um dia, em meio a uma bebedeira, Hye-ryeong, diz a Min-hyeok que ela já foi apaixonada por ele na época da escola.
Pronto! Era o que ele precisava para começar a ter um olhar diferente para a então amiga e ficar pensando exaustivamente no que ela lhe confessou enquanto estava bêbada, só que ela não lembra dessa confissão tardia. A relação de amizade deles é tão legal e eles têm tanta afinidade que eles já são um casal só que ainda não sabem disso. Ele ficará bolado quando essa amiga dele começar a namorar um bonitão e ele ter que ficar ouvindo sobre o boy da mulher que ele descobriu estar apaixonado. Que situação, né? E tudo porque ele se recusou em ajudá-la quando ela ligou pedindo que ele fosse em auxílio dela, toma distraído!
Voltando ao casal principal, nos vai sendo mostrado os dilemas e as consequências de um término de uma longa relação. A gente acha que terminar um longo namoro é só sobre a gente, né? Só que não. Ela percebe que tem a família dela que cobra o casamento; os amigos em comum durante a relação; como lidar com as amizades depois que o namoro termina? Mudanças têm que ser feitas, né?
É um ecossistema que se rompe e a pessoa tem que viver o luto da relação amorosa e também o luto por perder outras pessoas importantes, as vezes até um colo amigo para chorar as mazelas e amarguras da relação que se acabou. Acho que esse também é um dos motivos porque tanta gente vai arrastando as relação que já estão falidas. Fiquei novamente pensativa aqui, viu?
Seong-ok questiona tudo isso, enquanto conversa com a amiga, Eun-Jeong. Ela acaba se comparando com Eun-jeong, já que essa amiga sempre está solteira, e, ela namorando. E a amiga diz para ela não as comparar, não tem problema nenhum se ela quiser voltar com Hyeon-seong as pessoas são diferentes.
E ela tem razão não existe receita de bolo para as questões de vida amorosa. Tem gente que namora, tem gente que não, tem os que querem continuar namorando a mesma pessoa, outras querem terminar e está tudo bem! Só quem deve decidir e opinar é quem está dentro daquela relação. Daí o nome do dorama “Entre ele e ela”.
De qualquer forma, nosso casal ainda não teve uma conversa decente. Hyeon-seong quer conversar mas Seong-ok diz que ainda não está pronta para conversar com ele, acho que é o medo de ouvir a verdade. Que verdade ele irá contar sobre a história do motel? Ele também tem medo de ouvir o que de fato aconteceu naquele dia. Porque, só os dois sabem o que de fato aconteceu em seus respectivos quartos mas têm receio de ouvirem o outro contar, quem nunca, não é mesmo?
Até porque mesmo nada tendo acontecido entre os pares, o fato de terem cedido à tentação e chegado a um motel com outra pessoa ainda estando em um relação, já mostra que esse casal não está bem há tempos! Aqui já se configura a traição, né? E ter que tocar nesse assunto, vai gerar desdobramentos de emoções, sentimentos e conversas a muito deixados de lado para não ferir, não machucar, não causar discussões e brigas desnecessárias.
Acontece que ficar varrendo para debaixo do tapete coisas não resolvidas não fazem com que elas desapareçam, pelo contrário! Só crescem e ficam insustentáveis e acabam gerando algo muito pior, no caso deles, haverá a mágoa, a dor, e o sentimento de traição.
Em meio ao término de um namoro que também tem uma sociedade complica demais para a vida dos dois, individualmente. Hyeon-seong está atolado em dívidas e ainda continua recebendo a proposta de trabalho para a Winders e acaba ficando tentado, eu entendo o lado dele, mega difícil.
Por outro lado, Seong-ok, terá uma promoção no emprego que ela detesta e ao mesmo tempo reencontra um antigo colega da faculdade, Kim Geon-yeob (Yeon Jae-hyeong), ele lhe oferece um emprego de design de joias na empresa dele. E o moço nutre sentimentos pela garota desde a época em que estudavam, ela fica tentada pela proposta de trabalhar com ele, com o que ama. E assim a vida vai seguindo seu curso, fazendo novos caminhos, surgindo novas oportunidades.
E o ex acaba vendo sua amada descendo do carro do Geon-yeob e acha que os dois possam estar juntos, ele dá uma stalkeada nas redes do moço e fica enciumado mas não faz nada, como sempre. O ex-casal acabam se encontrando no aniversário do amigo em comum deles e fica um climão e os dois decidem conversar do lado de fora.
Nessa hora, Hyeon-seong confessa à Seong-ok que nada aconteceu entre ele e aquela mulher do motel e quando ela vai falar a verdade também, Min-hyeok, o Pig, surge do nada e atrapalha tuuudo!! Porque esse não estraga apenas a vida amorosa dele, mas as do coleguinhas também! Aff…que raiva!
Os três acabam voltando para o aniversário, só que o Hyeon-seong não ouviu o que a Seong-ok tinha para falar e quando os amigos questionam porque eles terminaram, os dois ficam calados. É um silêncio ensurdecedor! Tantos anos juntos e essa mudez entre os dois, aliás, dessa vez a falta de palavras recai não apenas entre os dois, ela envolve os amigos.
Tantos anos juntos e não conseguem saber como agir quando há uma dúvida de traição entre os dois acobertada pela falta de informação, e, que agora enreda os amigos na questão. E pior do que o silêncio é a solução encontrada: uma mentira para “salvar” o orgulho perante terceiros, do homem que se acha traído.
Portanto, Hyeon-seong, diz que houve traição por parte dele! Ele fez isso porque ele não quis ouvir a verdade da ex, por medo, eu acho. Medo de ter sido feito de tolo, de talvez também não ter traído. Contudo, também nos é passada a impressão de que ele a quis preservar da maledicência que por ventura uma traição por parte dela pudesse gerar, mesmo que ninguém dos amigos tivesse alguma coisa a ver com isso, no entanto, a sociedade funciona assim e na Coreia essas questões parecem ser ainda piores do que por aqui.
Depois dessa situação, Seong-ok, decide dar uma guinada na sua vida. Para isso, ela pede demissão do seu emprego e aceita a oferta de Geon-yeob; busca um novo lugar para morar; sai do grupo dos amigos e acho que é a tentativa dela de seguir a vida. Acontece que a empresa na qual ela vai trabalhar também está negociando com a Winders; e ela não sabe que o ex dela recusou trabalhar com eles porque ele não queriam a linha de joias da H2 e olha as voltas que o mundo dá, não é mesmo? E ao mesmo tempo Hyeon-seong flerta com a Winders porque a vida dele não tá nada fácil.
A respeito da controvérsia da marca deles, a H2, ele foi leal à marca que criaram juntos tanto que não aceitou fechar o acordo da vida dele porque a linha de joias não era o que a Winders queria e escolheu não assinar com eles, foi incrível. Ponto pra ele! Só que ele teria que ter sentado com a sócia e namorada dele e discutir os termos da proposta para que ela também participasse da decisão, né? Meu Deus! A falta de diálogo aqui é absurda demais!!
Porque não adianta nada ele recusar, ficar de mártir e ela sem saber o que está acontecendo. Ele tirou dela o direito de escolha. Agora, terminado o namoro, ele deveria discutir uma nova proposta com a Winders vai ficar se afundando por causa de orgulho? O que me incomoda demais nesse dorama é esse silêncio que ecoa, aprisiona e mina qualquer chance de movimento. E o silêncio impera em todas as relações que nos foram apresentadas. Um povo que ama se meter na vida alheia, deveria usar essa disposição para resolver as questões com quem está próximo, né? Seguindo na análise…
Uma clássica questão sobre relacionamentos é abordada nesse dorama; a do amigo talarico, o famoso “fura olho”!! Todo grupinho tem um e o dessa galera aqui é o Hyeong-seob que sempre teve o “olho comprido” para a namorada do amigo há anos. Esse aqui sempre prestou auxílio e atenção porque tinha interesse na moça, e quando ele soube que a traição veio do Hyeon-seong ele se sentiu bem para rondar a ex do cara, se achando melhor porque ele não é um traidor mas foi bom ele ter visto a gata em um bar com o Geon-yeob e viu que jamais teria chances.
Ela sempre olhou o talarico como um amigo querido do namorado e apenas isso, ele que criou fanfic na mente dele. Mas, agir dessa forma fez com que o Hyeon-seong abrisse seus olhos com relação ao “amigo” e quando ele teve a chance de confrontá-lo o que o nosso prota fez? Isso mesmo! Nada! Fingiu que acreditou na desculpa dele. Esse aí não aprendeu nada com o término do namoro aff….e mais uma vez a falta que faz a palavra dita!
Mais um relacionamento nos é retratado, dessa vez, An Shi-hoo (Choi Wong-myeong), amigo do prota, o “Moleque transante da pista” aquele que tá sempre com os contatinhos e tratando mal as moças depois de sair com elas, aiaia, enfim, o lance dele é o seguinte: o clássico caso do hétero que não sabe levar um fora, que ficou com o orgulho ferido quando não viu seu amor não correspondido na mesma intensidade. Ele sentiu envergonhado e por isso mesmo decidiu se fechar para os relacionamentos e apenas usar as pessoas.
Ai ele acha que todas as mulheres do mundo são iguais a ex dele, até que nos é revelada essa antiga relação deles e percebemos que ele era um novinho apaixonado pela noona. Conforme nos vai sendo contada a história dele vamos percebendo que eles eram imaturos e ele um pouco mais porque na época ele tinha 23 e namorada quase 30. Ele um romântico incurável e todo fofo e ela naquela fase da vida do primeiro emprego depois da faculdade e que exige do ser humano disposição física, psicológica e emocional, além de ter que mostrar seu valor para ganhar seu lugar dentro da carreira.
Como ele ainda estava na graduação o ritmo de vida deles era diferente, não é que ela não gostava dele mas ela não podia corresponder às expectativas dele. Ele estava encantado e deslumbrado e ela já vivendo a vida corporativa e os julgamentos dos colegas de trabalho com relação ao namoro dela. Lógico que tudo isso magoou muito Shi-hoo e culminou quando ela o dispensou logo após ele fazer uma mega declaração de amor e com os amigos dele envolvidos. Ele realmente se sentiu muito humilhado e feito de bobo.
Depois desse episódio que ela terminou com ele, ele decidiu que não iria querer saber de relacionamentos amorosos e foi quando ele passou a ter apenas “one night stand” que, na verdade, não passava de um mecanismo de defesa. Ele tinha medo de ser magoado novamente, né? Afinal, desnudar nossa alma pra quem a gente ama é nos colocarmos vulneráveis perante um terceiro, é dar muito poder a outra pessoa e isso o traumatizou. Uma pena ele achar que todas as outras mulheres fosse iguais mas quem nunca se sentiu assim pelo menos uma vez na vida, né?
E, conforme ele vai vivendo a solteirice alucinada dele sem o menor comprometimento afetivo com nenhuma das mulheres com quem se relaciona, aliás ele é bem babaca com elas! Dá um raiva! E também dá raiva delas de aceitar uma tranqueira dessas!! Em uma dessas saídas ele reencontra a ex e os dois têm um revival. Só que dessa vez ele a trata exatamente como ele anda tratando todas as mulheres com quem dorme e ela parece aceitar esse tipo de tratamento porque se sente mal pela forma como as coisas acabaram entre eles.
Nessa hora eu entendi que esse reencontro foi para que eles resolvessem, finalmente, essa relação para que pudessem seguir com as suas respectivas vidas, sem o peso do ressentimento. E dessa vez, eles realmente terminam e ela explica o porquê e como ela se sentiu na época, pra ela também foi difícil, ela reconhece que foi imatura e acabou machucando muito a pessoa que ela gostava. E assim eles põem um final nessa história.
Ele ainda está meio desconfiando com relação às mulheres, velhos hábitos são difíceis de mudar. E durante um encontro ele conhece uma mulher disposta a aceitá-lo e amá-lo, ele resiste no início mas vai vendo muito do antigo eu dele, o eu romântico nessa nova mulher. E é assim que ele entende que ele não estava errado em ter amado mas só escolheu a pessoa errada e que a vida agora estava dando a ele uma nova oportunidade.
E ele agarra essa oportunidade e se joga nessa relação e se vê novamente amando e sendo amado. E aqui eu notei que as vezes o que a gente precisa é perdoar o passado, nos perdoarmos e seguirmos em frente. Ter reencontrado o antigo amor também mostrou a ele a própria imaturidade e assim parar de se envergonhar do passado e viver o presente.
E enquanto os amigos vão se resolvendo o nosso casal principal fica naquele limbo dos arrependimentos e questionamentos ao mesmo tempo em que vão se aprofundando no autoconhecimento. Enquanto o tempo em que estão separados vai se alargando, Seong-ok vai amadurecendo mais rápido do que Hyeong-seong. Ela vai fazendo a análise de seu relacionamento e ao mesmo tempo em que ela sofre com o término, ela também vai ficando mais firme com a sua decisão.
Durante esse período ela vai tocando a vida dela, aceita o emprego que o amigo ofereceu a ela. Afinal, ela finalmente irá trabalhar na área que ama; ela volta a morar com a mãe e vai seguindo a sua vida conforme vai se adaptando a nova situação de solteira. Esse amigo dela, Geon-yeob, em um dado momento acaba se declarando para ela mas ela o recusa e diz que não está pronta para entrar em nenhum relacionamento.
Achei isso muito maduro, sabe? Após sete anos de namoro a gente precisa viver um luto, se conhecer sem a outra pessoa. Acho importante não querer entrar logo em uma outra relação, até porque tem que resolver a antiga. Resolver as frustrações, se perdoar, perdoar o outro e começar entender o que se busca em um parceiro. E de acordo com o desenrolar dessa personagem ela vai ficando mais consciente e segura e só quando ela percebe que conseguirá conversar com ele é que ela o encontra.
Enquanto Seong-ok vai crescendo, amadurecendo e aceitando sua nova vida. Hyeong-seong leva mais tempo; ele sabe que no fundo ele saltou da relação antes dela, já que no final ele se importava menos, ouvia menos, prestava menos a atenção e por tudo isso ele acabou mais relutante com o fim. Tanto que ele buscou durante tooooodo o dorama reatar a antiga relação que tinham mas qual relação? A do início ou a que terminou? Nem ele sabia, apenas sabia que perdeu uma pessoa muito importante.
Ele demorou mais para aceitar o fim, ele demorou mais para colocar a vida no eixo. E quando ele, aos poucos, foi entendendo essa nova fase da vida dele, ele começou a deslanchar profissionalmente. Até que finalmente alcançou o sucesso tão sonhado, claro que durante essa etapa tivemos uma imersão nas tentativas frustradas de reatar com a ex. O erro era que ele queria retomar de onde pararam, por isso ele sempre pedia desculpas mas desculpas pelo o quê? Ficava claro que ele não sabia o que ele queria, ele tentou desesperadamente voltar a algo que já não existia mais. E quando ele decidiu lutar por aquela relação, já não existia mais nada ali.
Quando eles finalmente conseguem ficar frente a frente para conversarem é ainda frustrante mas Seong-ok finalmente fala tudo para ele e ele também se expressa e os acabam em um hotel juntos e justamente neste momento que Hyeong-seong “acorda” e entende que aquela relação realmente acabou. É triste para os dois mas também é libertador e o que ele fala é lindo e muito maduro: que ela até o fim esteve com ele, até que aceitasse o término e que mesmo separados eles ainda se apoiariam e eventualmente entrariam em novas relações mas que o amor deles, o carinhos entre eles não acabaria. Achei o ápice do amadurecimento e que bom seria se todos os casais se resolvessem assim e terminassem com tanto respeito.
Finalizando a trama todos os amigos conseguiram seu parzinho menos o talarico que acabou fazendo um perfil naquelas empresas que arrumam casais. E até nessa hora vemos que há outras formas de se encontrar alguém além dos meios convencionais. Esse dorama fala sobre isso: relacionamentos. Cada personagem conta a sua experiência que são diferentes das dos outros personagens e que são tão reais que podem acontecer comigo ou com você.
Considerações finais
Como disse lá em cima acho que esse dorama foi injustiçado porque foge das histórias de romances convencionais. Ele retrata um história mais madura, quotidiana e próxima da realidade. Afinal quem nunca sofreu por algum dos tipos de relacionamentos que nos foi narrados nessa história? Eu me vi em vários deles.
Claro que a grande maioria esperava que o casal principal reatassem a relação mas se você tiver realmente prestado a atenção na história que nos foi contada, percebeu que aqueles dois já não estavam mais vivendo como um casal. Estavam apenas acostumados a um status e sem muita coragem de resolver as coisas.
O final foi feliz porque os dois terminaram felizes, se amando e respeitando mas que escolheram seguir a vida separados e isso não é ruim, esse também foi um final feliz. Ele apenas fugiu do convencional. Eu amei! Outro ponto que pode gerar alguma divergência é que o ritmo da trama é mais lento, arrastado e minimalista e acredito que essa foi a intenção da direção.
Dessa forma nos passava as angústias, dúvidas, dores e sentimentos dos personagens. Era para nos arrastar naquele término que foi tão longo quanto a relação e que quando terminou mesmo nós também sentimos o alívio. Eu achei uma trama sensível, bem contada e cheia de nuances e questões que nos falam no íntimo. Um pena que ele flopou e a galera não curtiu o final mas eu achei belíssimo. E o que vocês acharam?
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