Annyeong haseyo! 
Tudo bem com vocês?
Hoje trago para vocês um dos doramas mais aguardados dos últimos meses pela nação dorameira!! Sim, meus amigos! Vamos conversar sobre a segunda parte de Pachinko, um hino de dorama!
Esta trama tem tudo: história bem construída, personagens cativantes e muito bem interpretados, fotografia belíssima, figurino impecável, adaptação da obra literária à cinematográfica de maneira elegante e bem roteirizada. Sem mais delongas, vamos às considerações.
Ficha Técnica
Drama: Pachinko 2
Hangul: 파친코 시즌2
Roteiro: Soo Hugh
Direção: Justin Chon e Kogonada
Protagonistas: Yoon Yeo-jung, Lee Min-ho, Kim Min-ha e Jin Ha
Gênero: Histórico/Drama
Duração: 08 episódios
País: Coreia do Sul e EUA
Lançamento: 2024
Disponível: Fansubs, Telegram e Apple
Sinopse
O drama dá continuidade à história de Kim Sun-ja, após ela se mudar para o Japão e enfrentar tempos difíceis como uma imigrante coreana vivendo em uma terra desconhecida.
Já em 1989, em Nova Iorque, Baek Solomon está determinado a ter sucesso no mundo corporativo. Uma empresa quer construir um novo hotel em Tóquio, mas uma mulher coreana se recusa a vender seu terreno onde o hotel será construído. Baek Solomon oferece aos seus chefes viajar para Tóquio e persuadir a mulher a vender suas terras para o grupo hoteleiro. Ele também vai visitar sua família lá.
Aí, as histórias de Solomon, que deve começar de novo do zero em Tóquio em 1989, e da já idosa Sun-ja, que se preocupa com seu neto também se cruzam.
Fonte: Adaptado de https://asianwiki.com/Pachinko_Season_2
Protagonistas
Kim Sun-ja/Baek Sun-ja (Kim Min-ha/Youn Yuh-jung) é a protagonista mais maravilhosa que eu já tive o prazer de conhecer! Que mulher incrível! Forte, resiliente, sábia, amorosa, boa e determinada. Ela é interpretada por duas atrizes incríveis em suas três fases na vida. Só posso dizer que ela me encantou demais com a sua maneira de seguir adiante na vida.
Ko Han-su (Lee Min-ho) é um coreano que vive no Japão. Desde muito cedo “aprendeu a dançar conforme a música” e, por essa razão, conseguiu alcançar o sucesso e o respeito (mais ou menos) dos japoneses. Ele se tornou uma pessoa muito influente na política e na organização da sociedade em Osaka. E é por causa desse sucesso na vida que ele conheceu a Sun-ja e os dois tiveram um romance tórrido, que gerou um filho: Noah.
Solomon (JIn Ha) é o descendente de Sun-ja, sua segunda geração nascida no Japão e que ainda sofre os preconceitos por ser coreano em solo japonês. Ele busca encontrar o seu “lugar ao sol” no mundo e, para isso, precisa primeiro entender quem ele é, e de onde ele vem. Ele traz em seu sangue a obrigação de prosperar em nome de todo o sofrimento que sua avó passou para que ele pudesse nascer e viver com conforto.
Desenvolvimento
Preciso começar enaltecendo a abertura e a música tema deste dorama: que obra de arte, desde a primeira parte. A história começa nos mostrando um Han-su ainda mais próspero e influente em Osaka. Por outro lado, a Sun-ja segue sobrevivendo no Japão, dia a após dia, vendendo seu kimchi para sustentar sua família enquanto sofre com as humilhações, o preconceito e o medo perene que os coreanos passam no território japonês. Já faz sete anos que Baek Isak (Noh Sang-hyun), seu marido, foi levado preso pelas autoridades por causa de crime político, ele lutava por melhores condições de trabalho para as pessoas e acabou sendo traído e levado de sua família.
Sun-ja se mostrou forte e o esteio para o seu lar, mesmo a contragosto de seu cunhado, que não queria que as mulheres de sua família trabalhassem. Ele sempre teve dificuldade em aceitar sua nova realidade, que sua origem aristocrática não significava nada naquelas terras, naquele tempo. E ele também perdeu o emprego por causa do “crime” de seu irmão. Com esse cenário, Sun-ja precisava fazer alguma coisa e fez! E foi o que os salvou, né? Porque o cunhado só conseguiu emprego em uma fábrica de bombas/armas em Nagazaki e precisou deixar seu lar. No início, ele enviava o dinheiro, mas com o passar do tempo começaram a pagar o seu salário com notas promissórias, o que gerou escassez na família.
Por essa razão, Sun-ja continuou vendendo seu kimchi na feira, mas também enfrentou problemas com a escassez de matéria prima de seu prato. Em tempos de guerra, quem mais sofre são os mais pobres mesmo, não tem jeito! E durante as suas vendas há um cliente que nunca a abandona, está sempre lá comprando o que ela vende e os seus filhos acham que ele está interessado nela, mas na hora já me ligo de que ele está ali a mando de Han-su.
É claro que ele a vigia desde sempre e, assim, dá migalhas a ela para que sua família não morra de fome. Confesso que esse personagem, o Han-su, me provoca várias sensações e nem todas são boas. Tudo bem que ele precisou aprender a viver desde cedo, afinal, eles não estavam vivendo na Disney, né? Só que por mais que a vida estivesse difícil, que ele tivesse que fazer escolhas difíceis, e ainda mais em tempos de guerra em um território estrangeiro que despreza a sua nacionalidade, ele não poderia ter feito isso com a Sun-ja!
Ele a humilhou quando propôs que ela fosse sua amante e relegasse ao seu tão desejado filho homem o status de ilegitimidade, ele a enganou deliberadamente e ainda ficou à espreita dela durante todos esses anos, quatorze, ao todo! Eu sei que o tempo histórico era outro e tudo isso, mas eu não entendo muito qual é o sentimento que ele tinha por ela, sabe? Ele sabia de todas as dificuldades pelas quais ela passava, sabia que o marido dela estava preso, que o filho sofria na escola e ainda assim ele parecia um fantasma observando tudo e fazendo o mínimo. Também não sei se ele poderia fazer mais do que isso por ela, né? Porque a ajudar ostensivamente acabaria arruinando a honra dela e isso ela não perdoaria. Realmente é uma situação muito delicada.
E seguimos vendo o tanto que ele está presente na vida dela, já que sempre algo acontece para dar certo alívio para a situação em que ela está; foi o que aconteceu quando ela foi presa por estar vendendo bebida alcoólica no mercado negro e foi a única que não ficou presa, porque, claramente, alguém influente a livrou. Em razão dessa influência toda que o pai de seu primogênito tem, ele recebe a informação de que Osaka será bombardeada nos próximos dias e quem tem dinheiro e informação pode fugir antes que a tragédia aconteça, não é mesmo?
De posse dessa informação, ele envia o Sr. Kim, aquele cliente fiel da Sun-ja, para se reunir com ele depois que ela sai da prisão. Chegando ao destino, ela fica impressionada com a mansão em que está e sem entender quem poderia querer falar com ela. Assim que Han-su se revela, ela fica chocada! E ele diz que nunca a perdeu de vista, que sabe tudo o que acontece na vida dela. Depois dessa bomba, ele fala para ela sair da cidade e ir para o interior com a família porque a cidade será bombardeada.
Sun-ja diz que não vai embora sem o seu marido e deixa Han-su com raiva. Quando ela volta à sua vida, em um dia qualquer, seu marido é jogado na porta de sua casa em um estado lamentável. Essa cena me chocou demais, eu fiquei arrasada, chorei demais! Esse homem, Baek Isak, era um bom homem, que deu à Sun-ja uma vida digna. Eles construíram uma família e um apoio mútuo. Ele foi sempre bom, honesto, ético e bondoso, tanto que pediu para ver o seu traidor e perdoá-lo. Isso me quebrou! O cara, o novo pastor da congregação, o denunciou por pura inveja. Olha, ele foi privado de dignidade, de ver seus filhos crescerem, de conviver com a sua família e ainda apoiar sua comunidade e tudo por egoísmo e inveja.
Ai, gente, a guerra é triste demais! Vai muito além dos conflitos armados. Ela empobrece a nação, humilha as pessoas e as mulheres ficam com todo o peso e a responsabilidade de manterem suas família, porque, quando os homens não estão no campo de batalha, estão trabalhando de forma sub- humana e ainda descontam suas frustrações nas esposas e filhos.
A forma como as pessoas buscam apenas sobreviver e seguir em frente é muito forte, muito triste e é um ato de resistência. Durante a morte de Baek Isak temos uma epifania, já que o marido de Sun-ja faz um belo resumo sobre o que é viver naqueles termos e que não se deve perder a compaixão e seus valores. E ao mesmo tempo vamos vendo Solomon tentando encontrar o seu lugar no Japão, sendo um descendente de coreano e vivendo, também, dia após dia as dificuldades trazidas pelo preconceito, racismo social, enfim, tudo o que a ignorância humana pode trazer de dor aos seus semelhantes.
O neto de Sun-ja, em sua busca por fazer fortuna e fama depois de ter sido demitido e tido sua reputação manchada, acaba se associando com um homem de reputação duvidosa e muito mal visto no mundo dos negócios. De qualquer forma, em um primeiro momento, com essa parceria, parece que as coisas vão engrenar, ele até começa a conseguir alguns investidores e fica bem otimista com isso. Tanto que até seu pai investe em seu negócio. Até que seu antigo chefe lhe dá uma rasteira e ele perde o apoio que conseguiu. Esse chefe o humilha muito e é nesse momento que ele percebe que não irá fazer sucesso tentando ser japonês, mas que irá prosperar sendo coreano e dando uma lição nesse senhor.
Toda essa resolução vai acontecendo enquanto o seu avô, Baek Isak, no passado, em seu leito de morte, vai explicando sobre saber quem se é e seus valores; ao mesmo tempo em que Sun-ja lhe promete que a descendência deles irá prosperar. Então ele morre, e é triste porque ela tentou de tudo para que ele recebesse tratamento, inclusive fez um trato com Han-su, no qual ela aceita sair da cidade. Durante a cremação de seu corpo, o bombardeio começa e ela é retirada às pressas do lugar tendo que abandonar seu marido.
E toda a cena que se sucede é muito emblemática e triste, porque mostra a família de Sun-ja conseguindo sair do bombardeio enquanto ela vê seus amigos perecendo. Os privilégios são cruéis, não é mesmo? Os homens tornam o mundo um lugar injusto. E é com esse êxodo que vai se iniciar uma outra etapa da história. Han-su transfere a família de Sun-ja para o interior do país até que a guerra acabe e é nesse lugar que veremos o amor entre Choi Kyung-hee (cunhada de Sun-ja) e o Sr. Kim florescer de uma forma muito respeitosa, porque ela não quer ultrapassar a barreira, afinal seu marido ainda está vivo e trabalhando em Nagasaki. Nessa época, é quando Han-su tenta algo com Sun-ja e é rejeitado porque ela quer respeitar a memória do marido, e é também nesse período que Noah conhece o caráter de seu benfeitor.
Quando Noah descobre que o homem que os ajuda é cruel, ele decide se afastar emocionalmente desse homem; ele nem sonha que esse senhor é de fato seu pai biológico. Mas Han-su não desiste de seu filho. Ele tem planos ambiciosos para ele. Na verdade, ele quer viver atrás de Noah, o que lhe foi negado. Quando a guerra acaba, eles voltam para a cidade, para a casa onde moravam e, apesar de ter trabalhado em Nagasaki e ter sofrido o bombardeio, o cunhado de Sun-ja volta para casa, graças a Han-su, que não perde a oportunidade de humilhá-lo depois que ele descobre a identidade do tal benfeitor.
E assim tudo volta à normalidade na vida de Sun-ja, o tempo vai passando e os filhos vão crescendo. Noah se torna um garoto exemplar e Mozasu tem uma personalidade mais parecida com a Han-su, rsrs. Noah é estudo, foco, trabalho; Mozasu é um sonhador e não curte os livros, por essa razão ele acaba indo trabalhar em um Pachinko e já sabemos como ele conseguiu ser o dono de um na atualidade. Noah consegue o prodígio de passar no vestibular e ir para a Universidade e enche a família de orgulho, incluindo seu pai que já planeja seu futuro na política, mas o rapaz sonha em ser professor. Nessa mesma época, ele descobre a identidade de Han-su, fica muito magoado e rompe com sua história, sumindo sem deixar vestígios e assume uma identidade japonesa. E eu fico louca para saber o que vai acontecer com ele, o que rolou com ele para que o irmão o despreze no futuro.
Em paralelo, Solomon segue com seus planos de prosperidade e continua se associando com Yoshii-san (Louis Ozawa) que, de alguma forma, sua família está relacionada com o Han-su, no passado, bem como com o Mozasu. É por essa razão que o pai de Solomon não aprova essa aliança, mas essa união traz o resultado que o neto de Sun-ja tanto queria: ele consegue dar o golpe no Abe-san (Yoshio Maki), pena que o empresário japonês não suporta e acaba se matando. Não sabemos como isso irá afetar ao Solomon.
Sun-ja acaba fazendo uma amizade com um senhor que evoca nela bons sentimentos, uma alegria, talvez companhia de alguém que já enterrou gente demais. O senhor Kento, que parece ser um bom amigo para a avó de Solomon, afinal ele conversa com ela, a escuta, a leva para passear. Mozasu fica desconfiado desse senhor e o investiga, e descobre que ele tem um passado obscuro e revela à mãe, que confronta o amigo, ouve sua história, não o julga e apenas decide se afastar. E assim, com tantos finais em aberto, ficamos com ansiedade e esperança de que a nova temporada não demore tanto a estrear como aconteceu com a segunda.
Considerações finais
Este dorama é uma joia! Aliás, nem sei se é um dorama ou uma produção americana com elenco asiático. O fato é que é uma história tão rica, tão densa, tão cheia de camadas, que realmente precisa ser contada em etapas, temporadas. O elenco é sensacional, as cenas, as fotografias, a trilha sonora, tudo executado com grande competência e muito bom gosto. Não tem como assistir a “Pachinko” e não se emocionar, não se envolver com as questões dos personagens.
A história nos evoca sentimentos profundos de tristeza, perseverança, esperança. Sun-ja é uma personagem incrível! Ela é forte, determinada, resiliente, sábia, maravilhosa! Ela é pura força, feminilidade e resistência! Han-su é controverso e não sei muito o que pensar dele, ele também é um sobrevivente sendo o melhor papel de Lee Min-ho, ele está incrível nesse personagem.
E aguardando ansiosamente pela próxima temporada.
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