Annyeong haseyo!
Tudo bem com vocês?
Hoje trago a resenha do tão esperado drama “Pachinko”, que mostrou um pouco da história dos coreanos durante e depois da ocupação japonesa.
O drama vai e volta entre passado e presente, mas eu decidi contar em ordem cronológica, como no livro.
Porém, o drama tem uma sacada espetacular na vida do Solomon que, para mim, foi a cena mais linda do drama. Só assistindo para saber do que estou falando.
Ficha Técnica
Drama: Pachinko
Hangul: 파친코
Roteiro: Soo Hugh
Direção: Kogonada e Justin Chon
Protagonistas: KIm Min-ah, Youn Yuh-jung, Lee Min-ho e Jin Ha
Gênero: Histórico/Drama
Duração: 8 episódios
País: Coreia do Sul
Lançamento: 2022
Disponível: Drama Fansubs
Sinopse
Indicado por Barack Obama, Pachinko traz a história de Sunja, filha de um pescador, que apaixona-se por Hansu, um homem mais velho e poderoso. Quando descobre que está grávida e que Hansu é casado, Sunja se recusa a se tornar sua amante, apesar dele prometer uma vida confortável para ela e sua família. Mesmo grávida, ela aceita o pedido de casamento do pastor Baek, um homem gentil que está de passagem rumo ao Japão. A decisão de abandonar o lar e rejeitar o poderoso pai de seu filho dá início a uma saga dramática que se desdobrará ao longo de gerações por quase cem anos.
Mais do que uma grande história de amor, Pachinko é também um tributo aos sacrifícios de milhares de coreanos que sofreram sob o domínio do Japão e às centenas que permaneceram no país após o fim da Segunda Guerra Mundial, tornando-se pessoas apátridas.
Fonte: Adaptado de https://en.wikipedia.org/wiki/Pachinko_(TV_series)
Protagonistas
Kim Sun-ja (Kim Min-ha) nasceu e foi criada em Busan, no início do século 20, enquanto a Coreia estava sob o domínio japonês. Ela é uma jovem tímida e inocente, que se deixa levar pela paixão quando conhece Koh Han-su, um homem casado.
Koh Han-su (Lee Min-ho) é um homem poderoso e temido por todos. Durante um terremoto que arrasa o Japão, ele perde seu pai e a família com a qual ele iria para os EUA. Em meio ao caos, um grupo de coreanos foge da prisão e o chefe da Yakusa esconde Hansu, para ele não ser pego, e o acolhe em sua família. Inteligente, mas pobre, ele torna-se tutor do filho de uma família americana e cobiçado pela Yakusa.
Pastor Baek Isak (Noh Sang-hyn), o salvador de Sunja, é um homem simples e gentil. Ele não tinha muita expectativa de vida, pois desde criança sempre tive uma saúde muito frágil. De passagem pela cidade rumo ao Japão, ele adoece e é cuidado por Sunja e sua mãe. Depois, ele se compadece pela situação de Sunja e resolve se casar com ela,
Kim Sun-ja (Youn Yuh-jung) nos anos 1980.
Baek Solomon (Jin Ha) é o neto de Kim Sun-ja e de Baek Isak.
Desenvolvimento
O drama se inicia em 1910, quando o Japão anexou a Coreia como parte do seu império. Sob o regime japonês, muitos coreanos perderam seu sustento, sendo obrigados a deixar seus lares e viver no exterior. Apesar disso, muitas famílias permaneceram na Coreia.
Uma dessas famílias é a de Sunja. Sua mãe, Yangjin, foi oferecida para se casar com Hoonie, pois apesar de tudo o que assolava a Coreia, a família dele possuía uma pensão e poderia cuidar bem dela. Honnie era um homem cujos pais achavam que nunca iria se casar por ser acometido de lábio leporino e ser coxo de uma perna, mas era a criatura mais doce que Yangjin conhecera.
“Se fosse possível que uma mulher e um homem compartilhassem o mesmo coração, Honnie seria esse órgão em constante pulsar.”
Desse casamento nasceu Sunja, após sua mãe já ter perdido três bebês. Ela foi criada com muito amor por seus pais e seu pai a amava tanto que fazia todas as suas vontades.
Ele prometera que, enquanto ele vivesse, ela não conheceria os horrores da vida e queria que ela soubesse que existia algo como a gentileza neste mundo.
Mas, infelizmente, Honnie morreu precocemente, e nove anos após sua morte, Sunja e Hansu se veem pela primeira vez.
Inevitavelmente, Sunja e Hansu continuam se vendo no mercado… até que um dia ele a salva de alguns jovens japoneses e eles começam a se aproximar. Ele pede para encontrá-la outras vezes enquanto ela lava roupa. Em um desses encontros, ele a convida para procurar cogumelos (sei…) e daí vocês já sabem como foi o desfecho da história.
Hansu se ausenta por um tempo e quando volta recebe a notícia de que Sunja está grávida. Ele fica feliz, mas joga uma bomba em cima dela… ele é casado, tem uma família no Japão e não poderá casar com ela. Ele se oferece cuidar dela, da mãe e do filho que ela espera, além de comprar uma casa confortável para elas, mas ela não aceita e vai embora.
É aí que chega o Pastor Isak, em meio à tempestade, no mesmo instante em que Sunja volta para casa. Ela e a mãe cuidam dele, mesmo correndo o risco de serem contaminadas pela tuberculose.
Após se recuperar, o Pastor Isak pergunta a Sunja se ela deixaria sua família para se casar… (no livro está bem contextualizada essa parte, no drama pareceu meio sem propósito). Ele está agradecido por elas terem salvo sua vida e quer retribuir.
A verdade é que ele também não tinha esperanças de um dia se casar, pois sempre foi muito doente. Uniu o útil ao agradável… ou sei lá o quê.
Sunja casa-se com o Pastor Baek e vai para o Japão, apesar de Hansu tentar impedi-la. E depois de conhecer o Pastor Baek, e em uma tentativa desesperada de fazer com que ela desistisse de ir para o Japão, ele tenta humilhar Sunja, mas ela não permite.
Por que você me trouxe aqui?
Para dizer que não deve se enganar. Acha que ele se casou com você porque é um santo? Não foi o que eu vi. Vi um homem doente que não se casaria com nenhuma outra mulher além de você.
Como pode falar dele assim? Ele é meu marido agora. Fez o que você não pôde.
Eu te ofereci muito mais.
Me ofereceu vergonha. Nada mais.
Ela chega ao Japão e vai morar na casa do irmão de Isak, Yoseb, e sua esposa, Kyunghee, que não têm filhos. A vida lá é mais difícil do que ela imaginava. As saudades de casa são muito dolorosas, mas começam a deixá-lá cada vez mais forte. O Japão é o lugar onde ela forma sua família, dando à luz Noah, filho de Hansu e Mozasu, filho de Isak.
Quando a família é ameaçada pelos agiotas por não pagar a dívida que Yoseb, irmão de Isak, fez para custear a viagem dela e de Isak, ela vende o relógio que ganhou de Hansu e paga a dívida.
Yoseb fica transtornado e vai para o bar, obrigando Isak a largar Sunja em trabalho de parto para ir atrás dele.
Por causa disso, Isak é preso acusado de envolvimento com o Conselho Geral dos Sindicatos do Japão, é levado pelos policiais e Noah corre atrás do carro da polícia. Gente, foi triste ver o Isak chorando, olhando para o Noah e a Sunja, pela janela do carro.
E Hansu sempre esteve ao redor de Sunja e seu filho, acompanhando seus passos de perto. Ele o aconselha a ser o melhor, não só entre os coreanos, mas entre os japoneses também e devolve o relógio para Noah.
Yoseb perde o emprego quando o irmão é preso acusado de trair o imperador, e Sunja tem que assumir o sustento da família, vendendo kimchi nas ruas.
Paralelamente aos acontecimentos do passado, o drama nos leva para 1989, com a volta de Solomon Baek a Osaka e reencontra sua avó, Sunja.
Em seguida, ele vai para Tókio, para fechar um negócio e voltar por cima para os EUA, onde ele pretende conseguir o cargo e o salário que lhe são de direito. Para isso, ele precisa convencer uma senhora coreana a vender sua propriedade para que ele feche seu grande negócio, mas ela está irredutível.
Então conhecemos Hana…
Etsuko, sua mãe, e o pai de Solomon estão à procura dela. Eles contratam um detetive particular e descobrem que ela trabalha em um bordel em Tókio. Aí vamos conhecendo a história entre Solomon e Hana. Infelizmente, quando ele a encontra não há nada mais que se possa fazer, pois ela está em seus últimos dias de vida, vítima da AIDS.
Hana, já muito cansada e com muitas dores, será sedada para não sofrer e poderá não acordar mais. Mas Solomon chega a tempo de tirá-la do quarto. Ela não queria morrer no quarto do hospital, queria morrer no Havaí, o lugar para onde sempre sonhou ir. Foi uma cena muito tocante.
Kyunghee, acaba morrendo e Sunja quer voltar à Coreia para levar as cinzas de Kyunghee, que desejava voltar para casa.
Solomon consegue o acordo, após pedir que sua avó, Sunja, fosse até Tóquio com ele.
Enquanto Sunja está a caminho da Coreia, seu neto Solomon está prestes a assinar o contrato de sua vida, mas após a senhora conversar com ele, em coreano, contando o que os japoneses fizeram com seu povo, o diálogo entre eles é emocionante:
“Quero ouvir você dizer. Se fosse a sua avó que estivesse sentada aqui encarando esses rostos arrogantes e estivesse dizendo a você que cada gota do sangue dela é contra assinar estes documentos, o que você diria? Diria para ela assinar?
“Não faça isso. É o que eu diria a ela. Não assine.”
Acho que isso foi uma catarse na vida dele, que sai correndo na chuva, tirando a gravata e o paletó e, ao som de The Cure, dança como se estivesse se libertando de todas as amarras japonesas que sufocaram sua família durante tantos anos. Foi simplesmente perfeito. A melhor cena do drama, na minha opinião.
Enquanto isso Sunja, já na Coreia, coloca seus pés novamente no chão de seu povo, também como se estivesse experimentando a liberdade depois de tanto tempo.
Aproveitando sua ida à Coreia do Sul, Sunja vai em busca dos restos mortais de seu pai e acaba encontrando a amiga de infância que trabalhava na pensão de sua mãe. Graças a ela, seu pai teve um túmulo decente. Mas teve também a triste notícia de que a outra amiga não tinha suportado a vida que levava e acabou morrendo. Em paz, resolve retornar ao Japão.
Solomon experimenta dia após dia o sabor amargo de ser um japonês descendente de coreanos no Japão, e recebe a proposta ele abrir um Pachinko.
Solomon, depois de ouvir de Hana que ele tinha que vencer a qualquer custo, decide se vingar do pessoal do banco e se junta ao Mamoru Yoshii, contra a vontade de seu pai, e pede que ele consiga o terreno, não importando como.
Fiquei sem saber o que pensar… depois dele falar para a senhora não vender o terreno (em uma das melhores cenas do drama), ele vai fazer isso agora? O pior foi o cara com os cachorros na porta dela.
E Sunja entrega o relógio a Solomon e diz que ele salvou a vida da família e agora vai salvar a dele também.
Eu achava que esse relógio era uma maldição. Mas agora eu percebi que ele salvou nossa família. Talvez ele também salve você. É o que eu espero.
Eu tenho certeza de que deve ser chato, mas obrigada por ouvir.
E assim terminou a primeira temporada de “Pachinko”.
A alternância das cenas entre passado e presente foram primorosas, perfeitas e emocionantes. O depoimento das mulheres apátridas, que permaneceram no Japão após a Segunda Guerra, também foi um ponto forte do drama. Porém, eu senti falta de alguma coisa, uma cena que fechasse melhor a primeira temporada, mas esse detalhe não foi nada em vista do que foi entregue nos primeiros oito episódios.
Agora nos resta aguardar os próximos oito.
Leia também: https://koreanny.com/5-dramas-com-lee-min-ho/
Se você assistiu a “Pachinko”, deixe sua opinião nos comentários.
Fantástico!
Sim! Não vejo a hora da próxima temporada.