Annyeong haseyo!😊
Tudo bem com vocês?
A primeira coisa que tenho para falar é que Do you like Brahms? foi muito além de um entretenimento, foram momentos intensos que exigiram demais dos personagens, eu penso, de uma forma geral, em como deve ser vestir um personagem e criar uma mente e emoções e, após isso, fazer com que nós, que estamos consumindo, possamos sentir e nos identificarmos em cada momento.
Ficha Técnica
Drama: Do you like Brahms
Hangul: 브람스를 좋아하세요?
Roteiro: Ryo Bo-ri
Direção: Jo Young-min
Protagonistas: Park Eun-bin, Kim Min-jae, Park Ji-hyn, Kim Cheong-cheol
Gênero: Drama / Romance
Duração: 16 episódios
País: Coreia do Sul
Lançamento: 2020
Disponível: VIKI
Sinopse
Desafiando a oposição de sua família, Chae Song-ah é aceita na escola de música da mesma universidade em que se formou originalmente em administração de negócios. Como ela é sete anos mais velha do que os seus colegas de classe, ela acredita que a sua nova vida acadêmica é abominável e luta para encontrar forças. Um dia, ela ouve Park Joon-young tocar “Traumerei”, o que a consola. Joon-young é um pianista talentoso que começou a tocar piano quando tinha seis anos. Ele é amigo de Lee Jung-kyung, a neta do CEO do Grupo Kyunghoo, há muito tempo, e está apaixonado por ela. Quando decide manter distância de Jung-kyung, conhece Song-ah.
Link: https://asianwiki.com/Do_You_Like_Brahms%3F
Desenvolvimento
Em uma grande universidade, estudantes de música seguem buscando por seus sonhos e aprendendo sobre relacionamentos. A atmosfera do drama não é algo tranquilo, tem um teor pesado e inquietante.
Muitos sentimentos de tirar o fôlego.
Chae Song-ah (Park Eun-bin), uma jovem formada em administração, entra como caloura em busca do seu sonho, ser uma violinista e tocar em um concerto. Porém, nessa estrada, ela encontra grandes desafios por causa de sua idade.
Park Joon-young (Kim Min-jae) é um pianista famoso que conquistou o segundo lugar no concurso Chopin. Ele vive um dilema, começou a tocar piano por um tempo porque gostava, depois isso se tornou algo doloroso para ele, já que sua família não vivia uma boa condição.
Lee Jung-kyung (Park Ji-hyn), neta do grupo Kyung-Hoo, é considerada uma prodígio como violinista. Quando ela foi transferida para a mesma escola que Joon-young, os dois se aproximam muito e desenvolvem um forte sentimento.
Han Hyun-oh é um violoncelista que estudou junto com Jung-kyung nos EUA e voltou para a Coreia como seu par romântico. Os três (Joon-young, Jung-kyung, Hyun-oh) têm uma amizade muito grande, já que eles estudaram juntos quando jovens.
Yoon Dong-yoon (Lee Yoo-jin) é violinista e professor da Song-a. Atualmente, tem um comércio que faz consertos e cria violinos. Kang Min-jung (Bae Da-bin), sua melhor amiga, trabalha em uma empresa. Eles são muito amigos, porém, Dong-yoon é o ex-namorado de Min-jung, o que resulta em, nosso primeiro triângulo. Ambos tinham sentimentos um pelo outro, mas por consideração à sua amiga, Song-a não teve a chance de aprofundar esses sentimentos.
Agora complica um pouco mais! Song-ah, depois que conhece Joon-young, aos poucos vai começando a gostar dele, mas ele demora para aceitar o sentimento dela, pois seu coração estava preso à Jung-kyung que, mesmo namorando com Hyun-oh, confessa seus sentimentos a ele.
Quando Hyun-oh descobre, seu relacionamento acaba, ele fica arrasado! Eu tive muita pena dele.
Foi um drama intenso, porque juntou toda a pressão e os conflitos pessoais com suas vidas amorosas, que estavam amarradas em outras pessoas.
Song-ah e Joon-young se dão a chance de tentar algo, eles eram profundos e cada cena com eles juntos era um marco! Um turbilhão de sensações invadia nossa alma, eu me senti completamente perdida por eles.
Em meio a tanto caos, tudo dando errado, um simples sorriso que eles trocavam iluminava o drama de uma forma muito grandiosa.
O final fez jus ao drama todo, trazendo zero falhas! Cada um deles conquista o que estava guardado dentro de seus corações, os diálogos foram os melhores.
Vou parar a resenha por aqui porque tem uma consideração final muito legal para vocês.
Este drama não dá para contar tudo, é muita informação.
Considerações sob o ponto de vista de uma psicóloga
Do you like Brahms? é um drama sobre ciclos e processos, sobre bloqueios emocionais e experiências de contato… É um drama sobre possibilidades, sobre tentar e seguir.
Sob uma atmosfera carregada de sentidos, desenvolve-se, em ritmo lento, uma história que convoca à reflexão, à medida em que propõe também uma aproximação do que ali se desdobra. Tudo nela parece pesar como a vida mesma em sua dimensão dolorosa quando o momento é de conflito, angústia, medo, culpa, solidão… Como se não fossem essas condições básicas do existir (porque existimos, experimentamos tudo isso e mais).
No centro da trama, expressões de contenção emocional que comprometem a vinculação. De um lado, uma personagem incerta do lugar que ocupa no mundo. Do outro, outra que acredita ocupar o lugar certo há muito. Ambos descobrem, pouco a pouco, as incongruências entre o que realmente experimentam em seu mundo interior e o que comunicam desses lugares de onde falavam até então. Começa, assim, a abertura a outras formas de pensar, de sentir, de “experienciar”… E, nessa abertura, outros aspectos se vão agregando ao viver e mudanças de posição (subjetiva) vão sendo testadas. Então, ela, a protagonista, descobre que seu lugar não é o último na fila dos seus próprios desejos e expectativas em relação a si. E ele, o protagonista, percebe que de onde está, pouco poderá ver de si mesmo.
A narrativa propõe, ainda, inversão de papéis para reforçar a representação dessa dinâmica. Quem esperava, agora faz esperar porque opera sob outra ordem de prioridades (agora ela deseja apenas companhias de caminhada, porque agora ela se basta em seu mundo em expansão e agora ele entende que aguardar é parte do processo
também de reaproximação de si para maior aproximação do outro, para um melhor ajuste nesse ser-com que somos todos).
Assim, ‘Do you like Brahms?’ vai explorando sentidos, vai colocando em xeque valores que muitas vezes pensamos imutáveis, vai provocando questionamentos sobre a jornada e o que pensamos e fazemos com ela enquanto na travessia (Será mesmo isso que eu quero fazer? Será que se eu tentar um pouco mais, eu consigo? Será esse o tipo de relação que eu quero para mim? Serei eu essa pessoa mesmo? Suportarei tudo em prol desse objetivo? Será meu mesmo este objetivo? Poderei reajustá-lo? etc.).
O drama vai fazendo tudo isso enquanto laços vão se estabelecendo ou fortalecendo ou sendo rompidos. Não importa. A lição maior que deixa é a de que, sobre cada experiência nada sabemos até que esta se dê, então não serão sonhos ou talentos ou empenhos extremados que garantirão x resultado num empreendimento, nem este é, necessariamente, reflexo daquilo que, no mais íntimo, se desejou. É preciso colocar-se em contato com tudo para que tudo se possa ressignificar, se ressignificar for o caso. É preciso abertura, abertura para sentir, para comunicar com verdade, para calar, para aguardar, para reconhecer que vida é impermanência e isso não nos deve paralisar, mas convidar a que sigamos o ritmo do momento. É aí onde se dão os encontros, sempre com espaço para desencontros e reencontros, mas sendo sempre o que são: possibilidades de ser. É disso que trata a trama que inspira essas linhas gerais.
Cirlene Maia – Psicóloga e graduanda em Cinema e Audiovisual, de onde tira também sua paixão pelo estudo de doramas e de sua recepção pelo(a) espectador(a).
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É isso, amigas! Quem aqui amou este drama, escreve nos comentários.