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Resenha do dorama: Night has Come


Annyeong haseyo!

Tudo bem com vocês?

Hoje vamos de K-drama adolescente com uma pegada de suspense, terror e mistério. Comecei a ver esse dorama sem grandes expectativas; apesar da temática adolescente, me surpreendi positivamente. Os atores são jovens e eu não conheço nenhum deles; as atuações demonstram que necessitam de amadurecimento e que eles possuem muito talento. Indico a vocês este thriller juvenil chamado “Night has Come” ou em português “A Noite Chegou”. Divirtam-se!

 

 

 Ficha Técnica

 

Drama: Night has Come/ A Noite Chegou
Hangul: 밤이 되었습니다
Roteiro: Kang Min-Ji
Direção: Lim Dae Woong
Protagonistas: Lee Jae-In, Kim Woo-Seok, Choi Ye-Bin, Cha Woo-Min, Ahn Ji-Ho e Jeong So-Ri
Gênero: Webdrama/Escolar/Mistério/Suspense/Terror/
Duração: 12 episódios
País: Coréia do Sul
Lançamento: 2023
Disponível: Viki, Fansubs e Telegram.

 

 

Sinopse

 

Durante anos, crianças e adolescentes têm desfrutado de jogar o jogo da “máfia”, em que um membro misterioso do grupo “mata” outros — enquanto o resto do grupo tenta identificar o assassino da “máfia”. Quando os colegas do segundo ano do ensino médio Yoon Seo (Lee Jae In), Joon Hee (Kim Woo Seok), Jung Won (Choi Ye Bin), Kyung Joon (Cha Woo Min), Da Bum (Ahn Ji Ho) e So Mi (Jeong So Ri) partem para um retiro de classe, no entanto, eles são forçados a jogar esse jogo sangrento… de verdade!

Mensagens de texto inexplicáveis chegam em seus telefones, informando que um de seus colegas é o assassino da “máfia”. De repente, eles são lançados em um jogo de alto risco, onde os perdedores morrem de forma terrível. Os colegas devem unir sua inteligência se quiserem sobreviver e canalizar todas as suas habilidades. Mas será que eles conseguirão identificar o assassino da “máfia”… antes que seja tarde demais?

Adaptado de : https://www.viki.com/tv/40227c-night-has-come?locale=pt#about

 

 

Protagonistas

 

 

Yoon-Seo é uma das protagonistas. A mocinha parece ser uma menina de bom coração, justa e que se importa com os outros e gosta do Joon-Hee; sua melhor amiga é a Jung-Won. Ela gosta de ler livros de investigação. Ela sofre de problemas de asma e está sempre com a sua bombinha. Desde que embarcou nessa viagem, ela parece sofrer de alucinações/visões com um fantasma que controla o jogo. Ela já tem cara de choro.

 

Joon-Hee é o representante de turma e é bem popular no colégio. Ex-atleta do time de natação, por causa de um trauma/lesão, teve que deixar a equipe, e isso parece o aborrecer muito. Ele é muito enigmático. Ao mesmo tempo que parece ser gentil, maduro e sensato, ele parece estar entediado com tudo.

 

Jung-Won é a melhor amiga de Yeon-Seo. Ela é uma expert em T.I. e parece estar se preparando para um curso avançado na área. Apesar de ser a melhor amiga, ela também é bastante suspeita.

 

Gyeong-Joon é o valentão da escola que se compraz em torturar os mais fracos que ele. Um personagem com grande falha de caráter que serve pra dar raiva na gente.

 

Da-Beom, ele é uma das vítimas constantes do Gyeon-Joon. Ele parece ser um bom menino, mas, por ter muito medo do seu opressor, acaba se submetendo às torturas dele. No decorrer da história, ele vai ficando bem suspeito também.

 

So-Mi, essa é a outra representante de turma, também popular e insuportável! Ela é má, perversa e gosta do Joon-Hee, além de amar perturbar quem ela acha que é inferior a ela.

 

Desenvolvimento

 

 

A história se inicia com uma situação bem aterrorizante. Lee Yoon-Seo acorda em um quarto estranho, e na beliche ao lado, ela encontra um celular com sangue pingando nele. Quando ela olha para ver de onde vem o líquido viscoso, está vindo de um corpo de uma menina aparentemente assassinada, e na tela desse celular, uma frase enigmática aparece: “Night has Come”. Yoon-Seo, que não está entendendo nada, começa a correr apavorada e é perseguida por adolescentes que tentam matá-la. Quando eles a alcançam, ela acorda e está dentro do ônibus juntamente com a sua turma do colégio. Parece que eles estão em uma daquelas viagens que fazem com a escola.

Já de início, a gente percebe que todas as imagens do drama, todas as cenas usam uma fotografia em tons que as deixam mais sinistras, sem tanta luz, com as cores mais escuras, cinza-azulado. Tudo para trazer um clima de suspense, tensão e terror. O local onde o enredo acontece tem aquela vibe de abandono, de cimento, e tem muita vegetação ao redor, o que traz uma sensação de desconforto. A direção teve esse cuidado, trouxe esse ambiente que nos deixa ansiosos e sempre em alerta. Gostei. Ajuda a entrar nessa vibe de mistério e suspense.

 

Assim que essa turma chega ao seu destino, o sinal dos telefones e de qualquer meio de comunicação começa a falhar. O professor responsável pelo grupo desse ônibus, que acabou de chegar, devido à falta de sinal e contato com o outro ônibus que deveria ter chegado, precisa deixar os adolescentes sob os cuidados dos representantes de turma, isso, até que ele volte. Nesse ponto, as coisas já ficam estranhas porque todos os adultos somem, e só ficam nesse colégio, que é o local para onde eles viajam, esses adolescentes. Por si só, adolescentes sozinhos já causam pânico; eles sem supervisão em uma construção medonha e cercada por um bosque dá mais medo.

Pois bem, nossa protagonista sonhadora, Yeon Seo, assim que pisa fora do ônibus, percebe que aquele lugar é o mesmo do seu sonho e, como se isso já não fosse estranho, quando ela olha para uma das janelas de cima da construção, vê o que parece ser uma mulher que logo desaparece como se fosse uma aparição. Ela não dá muita atenção a isso, e assim como os outros alunos, começa a descarregar as bagagens e entra nesse alojamento/colégio. A primeira coisa que a maioria desses jovens faz é escanear o QR code para ter acesso ao cronograma desse retiro/passeio; a única que não faz isso é a nossa Yeon-Seo.

 

Quando essa turminha desce as bagagens, eles ficam reunidos no ginásio e cada um fazendo alguma coisa. É neste momento que o professor pede aos representantes de turma que cuidem das coisas para que ele veja o que está acontecendo e por que nenhum sinal ou qualquer tipo de comunicação está funcionando.

Os representantes são a insuportável Kim So-Mi e o certinho e responsável Joon-Hee. Aliás, Joon-Hee parece ser o sonho de consumo da Yeon-Seo e a cascavel da So-Mi. A primeira é uma boa moça, de bom coração, encantada romanticamente pelo gatinho e toda inocente, achando que ninguém sabe que ela gosta dele, mas a cascavel é sagaz, maldosa e bem maquiavélica e já sacou que a moçoila está de olho no crush dela.

Sabendo disso, a naja não vai deixar a Yeon-Seo em paz. Juntamente com a gangue dela, So-Mi apronta um trote de aniversário para a mocinha, que poderia ter acabado mal se o Joon-Hee não a salvasse de se afogar. Ele dá um sermão na malvada, o que a deixa com raiva, mas para dissimular seu ódio, finge se desculpar pela “brincadeira”. Aliás, o bullying é o tema central dessa trama. É claramente uma crítica.

 

O tempo vai passando, e nada de nenhum responsável adulto voltar. Nesta hora, todos os celulares, sem exceção, começam a baixar um jogo chamado “máfia”, e cada um dos alunos, querendo ou não, tem esse aplicativo em seus dispositivos. Eles acabam lendo as instruções do game e são, secretamente, divididos em quatro categorias – civis, médico, policial e mafiosos. Cada uma dessas ocupações tem tarefas a serem realizadas e várias regras bizarras; a primeira delas é votar em um dos alunos para que o escolhido pela maioria seja a primeira vítima.

Ninguém parece estar muito interessado em brincar e não leva muito a sério aquilo tudo. Inclusive, Yeon-Seo e sua amiga, Jung Won, acham estranho o celular ter baixado o jogo, sendo que não há sinal nenhum naquele lugar.

 

Independente de quererem ou não, os alunos começam a votar, todos eles em um mesmo colega de classe. Só que fazem isso brincando, sem imaginarem as consequências daqueles votos. Quando o tempo de votação acaba, o aluno mais votado leva na brincadeira; todo mundo ri, até que ele parece que é controlado por alguma força estranha que o faz bater a cabeça contra o chão e nas paredes, causando ferimentos com bastante sangue. A cena é forte. E, por fim, ele se joga pela janela, morrendo na hora. Assim, o jogo começa.

 

Uma das regras desse jogo macabro é que durante a noite, apenas os mafiosos não dormem; todo o resto apaga automaticamente. Os mafiosos são os assassinos do grupo. Além deles, a outra maneira de se morrer é pela votação que acontece todos os dias antes da noite chegar e apagar todo mundo. Por isso, antes da noite chegar, os que não são os mafiosos tentam se proteger dormindo trancados para que acordem no dia seguinte e não sejam as próximas vítimas. E antes de todo mundo apagar naquele sono estranho, a tela de todos os celulares mostra a mesma frase que apareceu lá no sonho que a Yeon-Seo teve: “a noite chegou”.

No dia seguinte, quando eles acordam, percebem que tudo aquilo é real, que tem um colega deles estirado no pátio da frente, e como se já não estivesse tudo muito ruim, eles encontram o corpo de mais um adolescente no banheiro. Dessa vez, o responsável por essa morte foi alguém da máfia, já que essa é uma das regras do jogo. Se, durante a madrugada, os mafiosos não escolherem alguma vítima, um deles será o executado.

Eles ficam em pânico, o medo e a desconfiança aumentam porque ninguém sabe a identidade de ninguém. Enquanto o desespero vai tomando conta da situação, os alunos decidem sair daquele lugar estranho, mas não será tão fácil, já que pisar fora da linha delimitada pelo jogo gera extermínio imediato e mais cenas fortes e com sangue. Sem outra opção, os que sobraram voltam para dentro do colégio e percebem que serão obrigados a jogar aquele jogo macabro.

 

Yeon-Seo não aceita que não tenha sinal em lugar nenhum e acaba indo procurar algum no telhado. Ela é seguida por Joon-Hee e Jung-Won, e lá de cima eles conseguem ver as linhas que delimitam o jogo e decidem ir vasculhar a redondeza em busca de ajuda, de alguém no vilarejo próximo.

Eles repassam essa ideia para o resto do grupo, que monta uma equipe que vai vasculhar a área até a hora da votação. Mais uma vez, Yeon-Seo ouve uma voz sussurrando seu nome. Desde que ela chegou naquele lugar, ela tem umas visões/alucinações.

 

O grupo que foi investigar não só não consegue encontrar ninguém, como o local parece estar abandonado. É quando eles decidem voltar para dar a péssima notícia, e um dos alunos que está neste grupo acaba caindo para fora da margem e morre, mais uma cena forte. Eles voltam mais angustiados e dão a notícia de que estão presos naquele lugar até que o jogo acabe.

 

Joon-Hee, Jung-Won e Yeon-Seo chegam à conclusão de que eles precisam descobrir quem criou esse jogo e o porquê, talvez assim eles consigam salvar todo mundo. Como o único jeito de acabar com tudo aquilo é terminar o jogo, os alunos começam a usar estratégias para descobrir logo quem são os mafiosos, mas todos desconfiam de todos. Durante esses eventos e acontecimentos, temos outros personagens importantes.

Primeiro, o Joon-Won, morto no banheiro, era um dos mafiosos; Joon-Won era amigo de Da-Beom, e os dois sofriam muito bullying dos valentões da escola. Esse Da-Beom é meio suspeito também. Temos os valentões Seung-Bi, Gyeong-Joon e o Jin-Ha, que a cada cena que aparecem dá vontade de bater neles. A gente deseja que ele e a Kim So-Mi sejam os mais votados, mas não.

 

De qualquer forma, todo mundo está louco para acabar com esse jogo, com medo uns dos outros. Aliás, a gente consegue ver do que as pessoas são capazes de fazer para se manterem vivas. Parece que só quem se importa mesmo com as pessoas é a Yeon-Seo, Joon-Hee.

Em meio a esse caos, o grupo mais sensato, composto por esses dois, decide reunir todo mundo no ginásio para passar para eles a estratégia que eles traçaram: não votarem em ninguém, porque eles acreditam que assim ninguém morrerá. Os celulares são recolhidos, menos o do Gyeong-Joon que, disfarçadamente, esconde o seu no bolso.

Quando o tempo de votação se encerra, acontece um caos, o jogo vai matando aleatoriamente cada um deles por violação da regra, obrigando os sobreviventes a votarem de qualquer jeito. Essa cena é bem intensa e angustiante, até que um é o mais votado e o jogo volta ao normal.

 

Depois desse alvoroço todo, os ânimos estão ainda mais exaltados, ninguém confia mais em ninguém. Joon-hee se responsabiliza pelas mortes porque teve a ideia de não votarem; cada um acusa o outro, cada um desconfia do outro. Gyeong-Joon e Kim So-Mi, sempre que podem, induzem em quem votar, levantam suspeitas, enfim, loucura!

Enquanto os corpos vão se acumulando, Yeon-Seo dá a ideia de guardarem os corpos no frigorífico e lá ela descobre uma passagem na parede que tem uma mulher. Yeon-Seo decide investigar o que há naquela passagem. O que ela encontra é uma sala de segurança vazia com os monitores ligados, observando tudo o que está acontecendo com eles durante esse jogo. Quem será que está por trás de tudo isso?

 

Yeon-Seo acaba descobrindo uma sala cheia de monitores CCTV, e alguém está vigiando cada passo deles. O fantasma aparece para ela! Seguindo essa aparição, ela vai parar em um lugar que é um corredor meio labirinto cheio de portas infinitas. Essa fantasma acaba mostrando uma porta que dá para um depósito, e lá ela encontra um álbum de fotografias com outras turmas escolares. Em uma dessas fotos está a turma da garota-fantasma, e o rosto dela é o único que não está falhado.

Nessa hora, a gente já se liga que essa assombração está intimamente relacionada com esse jogo. Será ela a sua criadora? Será ela um espírito vingativo que fica repetindo a sua história sempre e sempre até o dia que tudo acabará?

 

Várias situações como essa, o fantasma se comunicando com a Yeon-Seo, acabam colocando a mocinha em apuros e, por vezes, a tornam suspeita. As outras crianças acabam sendo incitadas pelos mafiosos e desafetos a colocá-la em votação. Afinal, ela encontra as CCTV, as fotos, mas nunca consegue provar nada. Em uma dessas, So-Min conseguiu colocar Yeon-Seo como a quase mais votada, sendo salva por Joon-Hee, que tem uma outra ideia para tentar driblar as regras do jogo. Ele sugere ter um empate com a Yeon-Seo, mas não dá certo! Aflição! Todo mundo é obrigado a votar novamente para desempatá-los.

 

Para salvar sua amada, Joon-Hee diz ser da máfia e acaba sendo o mais votado! Tristeza e angústia. Então, quando todos acreditam que ele foi o executado da última votação, na manhã seguinte, uma boa notícia: o médico usou seu poder e o salvou da morte! Durante a noite, So-Min quase assassina Yeon-Seo para se vingar da morte de Joon-Hee, porque a vilã a culpa por esse fato. Mas, a voz que dita as regras do jogo a lembra de que os membros da máfia só podem matar quem eles escolhem por unanimidade, e isso evita a morte da mocinha, e, mais uma vez, me faz acreditar que a fantasma “torce” pela Yeon-Seo.

 

Yeon-Seo recebe uma chave do fantasma e um convite para que ela se encontre com a anfitriã do jogo. Mais uma vez, todas essas situações só acontecem para ela, e ela já quer avisar para geral o que rolou, mas os amigos dela falam: “Gata, segura a sua onda! Só você recebeu esse convite que já foi apagado. Ninguém vai acreditar. Você quer ser votada de novo?!” com as minhas palavras (rs).

 

Porque a gente percebe no decorrer da trama que o que mais se revela é o caráter das pessoas. Independentemente da idade, o instinto de sobrevivência prevalece mesmo, mas também a humanidade de alguns. Tem muitos dos civis que são piores do que os mafiosos e vice-versa. A gente não pode esquecer que todos lá dentro estão sendo obrigados a jogarem e, consequentemente, têm que matar alguém; é disso que se trata a votação.

Muitos ali dentro só desejam não serem os próximos. Querem apontar qualquer um para livrar a própria pele e se esquecem de que frequentavam a mesma turma e são colegas; alguns usam a situação obrigatória como desculpa para deixarem sua maldade aflorar. Yeon-Seo, Joon-Hee e Jung-Won são a voz da sensatez, buscam humanizar as decisões que colocam os colegas no “paredão”.

 

Com o avançar da história, o grupo vai se reduzindo e o desespero vai crescendo mais. Os mafiosos estão em vantagem numérica e ninguém sabe quem são. Os sobreviventes vão se tornando todos suspeitos, inclusive a amiga de Yeon-Seo, Jung-Won. Neste ponto da trama, nos é mostrada sua duplicidade de caráter. Ora ela é insidiosa nas votações, ora ela parece ser mesmo amiga da Yeon-Seo e do Joon-Hee, e a gente vai ficando na dúvida.

 

Conforme mais pessoas vão morrendo, o jogo continua mandando pistas para Yeon-Seo; desta vez é uma chave e um convite para que ela se encontre com o anfitrião do jogo. Convite esse que, em um primeiro momento, só é feito a ela, Yeon-Seo. Ela acredita que se encontrando com o dono do jogo, eles poderão sair vivos daquela loucura.

Em um determinado momento, é revelada a identidade da anfitriã, Park Se-Eun, à Yeon-Seo, e todos recebem a mesma mensagem revelando quem é a dona do jogo. Ela é uma das colegas deles que se matou por causa de fake news criada por um dos alunos; ela não suporta a pressão e acaba cometendo suicídio. Nessa hora, todos começam a se lembrar dela. Percebemos que eles perderam suas memórias, mas como a Yeon-Seo encontrou a anfitriã, eles recuperam suas lembranças sobre essa vítima, porque ela foi vítima de um bullying severo.

 

Conforme eles vão se lembrando de como trataram a menina, eles vão dizendo que foi só uma brincadeira, que não era nada sério. Enfim, ninguém se responsabiliza por suas ações, seja quem criou a deep fake, seja quem divulgou o vídeo, seja quem compartilhou, seja quem riu, seja quem se omitiu e até mesmo quem não percebeu. Yeon-Seo era a amiga mais próxima de Se-Eun, e ela sofre muito ao recordar da amiga.

 

Em meio a essas descobertas e acusações, o jogo vai seguindo e vai sendo descoberto os mafiosos remanescentes e as mortes horrorosas que os civis vão tendo. Vamos assistindo a maldade humana misturada com desespero e lá no fim do túnel vemos também a esperança e empatia representadas por Yeon-Seo, Joon-Hee e talvez Jung-Won. Digo talvez porque as coisas vão ficando estranhas quando descobrimos que Da-Beom é da máfia; sabemos que existe mais uma pessoa que também é dessa organização, mas quem?

 

Sim, senhoras e senhores! Nos dois últimos episódios, nos é revelada a verdadeira face de Jung-Won que não é apenas uma mafiosa qualquer; ela é sim o próprio Dom Corleone. Ela é o cérebro por trás de toda a estratégia do jogo! Mas por quê?! Vamos nos perguntar, ela era civil!! Nos foi mostrado no primeiro episódio, não faz sentido. Lembra que eu disse que ela era um gênio da T.I? Pois bem, essa é a chave de tudo.

Quando Yeon-Seo a desmascara e entende tudo, ela fica arrasada com a traição. Só que estranhamente a Jung-Won não consegue matar Yeon-Seo e nem o Joon-Hee e começa a defendê-los de Da-Beom até o ponto em que ele morre, mas antes, ele fere mortalmente Yeon-Seo.

 

Jung-Won se desespera, e Yeon-Seo a reconhece como sua amiga Se-Eun e diz que sentiu a falta dela e se desculpa por ela. Nessa hora, Jung-Won se humaniza e acaba se matando, e o único sobrevivente é o Joon-Hee; os civis vencem o jogo.

 

E quando Yeon-Seo recupera a consciência, ela está sentada em uma cadeira diferentona e com eletrodos em sua testa em um lugar que parece um laboratório. Lá ela encontra um casal que são os pais da menina que se matou. Eles são, assim como sua filha era, experts em T.I. e são desenvolvedores de jogos. Eles desenvolveram aquele jogo – máfia – como uma punição aos colegas de turma de sua filha por terem provocado seu suicídio. Bizarro!

Eles acordam a Yeon-Seo porque em dezenas de jogos que eles já jogaram e já morreram nessas várias vezes, essa foi a primeira vez que os civis ganharam. Logo, eles querem saber qual o erro que ocorreu. Eles querem que aqueles adolescentes entendam e passem pela dor da morte e do desespero que pode ser causado pelo bullying, uma punição infinita pelo o quê a filha deles passou.

 

Yeon-Seo pede que eles parem e solicita que apenas ela seja punida. Ela faz um discurso sobre culpa, consciência, reconhecimento de erros e omissões, mas os pais estão irredutíveis, principalmente a mãe. Eles querem punir os responsáveis pela morte da filha deles, mas também esquecem que foram omissos, já que não perceberam a dor pela qual a filha estava passando.

 

Eles culpam Yeon-Seo por não ter percebido, mas não se responsabilizam também. Eles querem vingança. O pai parece querer ceder, mas a mãe não. Eles entendem que Jung-Won assumiu a personalidade da Se-Eun e meio que a perdoou e quis salvar os amigos. A mãe não aceita e envia Yeon-Seo novamente para o jogo, vai iniciar uma nova partida daquela loucura sangrenta, só que desta vez ela tem total consciência, bem como Jung-Won, que parece ter sido “consertada”. É, queridos! O babado é forte!!

 

Eu entendi que eles continuaram presos naquele jogo-punição até que a raiva, dor, rancor, e sede por vingança dos pais acabem. E deduzi da história o seguinte: é uma crítica ao bullying que ocorre nas escolas e sua não punição pelas autoridades; critica também o fato de pessoas que não praticam a ação central, mas se omitem diante da maldade, afinal, quem se cala para o mal, compartilha dele; a ausência dos pais também é um ponto a ser debatido; o luto que os entes queridos passam, a revolta, a impotência.

 

Enfim, são várias questões que nos fazem refletir sobre como agimos em situações semelhantes, né? O quanto podemos fazer para minimizar os danos, ter noção de que também somos responsáveis pelos compartilhamentos de “notícias”, vídeos, enfim, achei bem profundo.

 

Claro, o dorama nos mostra uma punição fantasiosa, mas ao mesmo tempo, mostra o tamanho da dor dos que ficaram. No diálogo com os pais, a mãe fala que, apesar de já estarem no jogo há horas e já terem morrido dezenas de vezes, esses adolescentes não se responsabilizam por seus atos; apenas Yeon-Seo, Joon-Hee e alguns outros começaram a perceber. E eu acho que eles vão ficar voltando até que todos caiam em si.

 

Como já disse, iniciei esse dorama sem a menor expectativa, fundamentada no meu puro preconceito com relação à temática adolescente, e que maravilhoso foi descobrir que eu estava errada. Assistam! Vale muito a pena! Quando forem acompanhar essa história, a vejam com os olhos da crítica: crítica às relações humanas, ao instinto de sobrevivência, ao senso de responsabilidade. Garanto que terão uma grata surpresa. E aos que já assistiram, o que acharam?

 

 

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