Annyeong haseyo! 
Tudo bem com vocês?
“The white olive tree” conta a história de amor de Li Zan e Song Ran, que lutam por uma humanidade melhor, sem guerras, perdas, explorações e massacres, mas que ficaram com profundas cicatrizes e saúde mental debilitada pelos momentos que vivenciaram durante seu voluntariado. Mesmo com tudo isso, descobrem que é impossível viverem um sem o outro.
Ficha Técnica
Drama: The white olive tree
Mandarim: 白色橄榄树
Direção: Huang Chun
Roteiro: Hai Tao, baseado na obra de Jiu Yue Xi
Protagonistas: Chen Zhe Yuan e Liang Je
Gênero: Romance/Guerra/Drama/História
Duração: 38 episódios
País: China
Lançamento: 2025
Disponível: iQIYI, Telegram e Fansub
Sinopse
Song Ran, uma repórter da Guarda de Liangcheng, de repente se encontrou em perigo enquanto realizava uma missão de reportagem no turbulento Dongguo. Felizmente, ela foi resgatada por Li Zan, um engenheiro de explosivos chinês que estava se voluntariando em Dongguo. A gentileza e consideração de Li Zan, junto com seu coração inocente e cheio de amor, atraíram profundamente Song Ran. Durante muitas interações com Song Ran, Li Zan também descobriu que essa garota parecia frágil por fora, mas na verdade era corajosa e forte, com um coração cheio de justiça e bondade. Os mesmos ideais e almas compatíveis criaram uma faísca de amor entre os dois.
No entanto, uma explosão repentina pôs fim a essa relação incipiente. Depois de retornar à China, ambos caíram em um ponto morto na vida e até perderam o contato um com o outro. Li Zan se sentiu culpado e arrependido porque seu amigo morreu tentando salvá-lo durante um bombardeio, enquanto Song Ran foi controversa por uma foto tirada durante o bombardeio. Ambos sofreram dor física e mental. Por acaso, eles se reencontraram e, pouco a pouco, suas vidas voltaram ao normal: juntos, plantaram sementes de oliveira branca.
Fonte: Adaptado de https://br.mydramalist.com/714009-bai-se-gan-lan-shu
Protagonistas
Li Zan (Chen Zhe Yuan), um engenheiro de bombas chinês, é voluntário nos países em guerra. Muito solícito e altamente capaz, faz milhões de amigos onde passa, que o admiram e respeitam. Um idealista que espera ver a tristeza e a pobreza erradicadas.
Song Ran (Liang Je) é uma jornalista ética e dedicada, que espera encontrar seu lugar no mundo, já que seus problemas familiares, a fizeram uma pessoa com a auto estima baixa e rejeitada pela nova família do pai. Com um coração imenso e caloroso, ela busca justiça e equidade para um mundo melhor.
Faça amor, não faça a guerra
A Oliveira Branca floresceu. Como cinéfila que sou, achei o drama perfeito em todos os aspectos: enredo forte e bem desenvolvido, elenco de peso, efeitos especiais e trilha sonora. A atuação do Chen Zhe Yuan foi uma atração à parte. Impecável do início ao fim, e com toques de requinte para sua fase de paciente TEPT. Ele é um ator incrível, a gama de emoções que retratou, dos gatilhos interpretados, a agir como se estivesse mentalmente instável, tudo pareceu muito natural, o que não impediu de o fazer desabar durante um programa de variedades de TV, exibido após o encerramento do drama.
Liang Jie, se mostrou diferente de todos os trabalhos que já vi dela. Manteve as nuances de seu personagem com maestria e primor. Sem contar o elenco de apoio que deu um show de atuação. A relação entre Benjamin e Saxin, descrita como bromance/romance pelos dorameiros, mostrou a construção sólida da amizade deles, e do cumprimento da promessa do capitão para com a mãe do jornalista. Admirei muito o processo de amor e tentativa de cura mútua dos dois protagonistas, que possuem uma química de invejar. O amor, muitas vezes, requer sacrifícios. Não posso deixar de citar a trajetória de Shen Bai, que retratou a transformação de uma garota fútil, que não admitia a perder, em uma mulher engajada e forte, que luta e realiza seus objetivos.
As histórias dentro da história foram fantásticas, com foco realmente, nas “pequenas” guerras, que ainda nos deparamos até hoje: tráfico humano, crenças exacerbadas em nome da religião ou do patriotismo, desprezo pela raça humana e pouco engajamento para voluntariado. Como vemos, hoje em dia, ainda, na Faixa de Gaza. As cenas de torura de Li Zan foram fortes na medida certa, e apesar de não tão explícitas, conseguem retratar o sofrimento e a devassidão que ficaram na sua alma e no seu corpo.
Uma bela obra de arte. São tantas coisas boas, que precisaria de um ano inteiro para descrevê-las. Se você não gosta de filmes chineses devido à falta de desenvolvimento dos personagens e da insistência dos roteiristas em escrever finais abertos e tristes, esta série definitivamente mudará sua opinião. Tudo nesta história foi devidamente pensado. É UM DRAMA OBRIGATÓRIO NA SUA LISTA.
Uma morte sem glória
Detectei algumas incongruências, isso pensando em como o roteirista conduziu a história, matar o Benjamin de uma forma simples, não foi legal e desmereceu um personagem bem construído, e fundamental, para a trama. Ele merecia uma morte mais heroica, de acordo com o contexto. Também não concordei com o afastamento da Dra. Pei da história, só aparecendo no último episódio para receber o dinheiro que o capitão deixou para ela. Meio sem sentido. O sumiço da família do pai da prota, do meio do drama em diante, também me fez sentir que estava faltando algo, com um resgate dessa relação. A história de Sia e Zoro também poderia ter tido um final mais adequado. Song Ran, então, nunca soube da morte do menino.
A minha maior crítica foi quanto a mensagem que o drama passou (sei que foi uma escolha da direção e produção da obra), sei também que, até hoje, TEPT não tem cura, mas acho que eles jogaram uma pá de cimento na fé e esperança das pessoas que vivenciaram essas situações, como guerras e torturas, em um dia poder levar suas vidas com tranquilidade e rotina, principalmente, quando são cercadas de todo amor do mundo. A esperança sempre deve ser a última que morre.
Vamos escrever a nossa própria história
Muito bem retratada as idas e vindas do casal protagonista. O desencontro, e a posterior aproximação, pois o amor nunca acabou, foi a tentativa de Li Zan afastar Song Ran, para não levá-la ao final do poço junto com ele. Assim ele pensou por um tempo. O amor deles é um em mil, e ninguém largou a mão de ninguém até o final. Realmente, um poema de doçura nesta história. Foram muitos os obstáculos, enfrentados por eles e os amigos, mas a certeza que podiam fazer a diferença na vida das pessoas, e uns nas vidas dos outros, os fizeram perseverar para atingir seus objetivos e salvar o maior número de vidas que pudessem. A reconstrução do orfanato foi um marco de esperança para mostrar que juntos, podemos mais.
A história de Lenai, mãe de Saxin, retrata a dura realidade das pessoas que nascem e vivem nessas regiões de disputas sangrentas, mas que nunca perdem a esperança. Foi um afago no coração. E por último, a culpa que corrói o coração do prota, por se culpar pela morte do amigo Jiang Li, mas que tenta reconstruir essa relação com o primo dele, Jiang Yu, acabando por tirá-lo do mau caminho. Redenção pura.
Querendo ou não, os fatos e acontecimentos narrados, correspondiam mais com a realidade do que gostaríamos, mas foi conduzido assim, para nos fazer refletir sobre as mazelas e a sorte da vida, com as quais nos deparamos. Nem tudo são flores, mas existem momentos tristes, e aqueles felizes. Suas escolhas fizeram toda a diferença, mas as do roteirista também.
Totalmente inesperado
As discussões na internet foram altamente acaloradas, uns metendo o pau no drama, e outros o exaltando, principalmente por causa do desfecho. Como dorameiras que nos prezamos, esperamos um final feliz clichê, o que não aconteceu. E teve até casamento, mas a linguagem poética do epílogo, mostra que a intenção de quem escreveu o roteiro, foi pontuar que o meu final feliz, pode não ser igual ao seu. Simples assim.
Com certeza, esse drama será considerado um épico. Vai faturar tudo que é prêmio, além de ganhar o melhor do ano. E mereceu. Não consegui ver esse final horrível que a maioria tem falado, desculpa. Triste sim, mas lindo, e pragmático também, e que dá margem para os espectadores acharem que eles fugiram de verdade, ou se mataram, mas não antes de Song ran registrar a história deles. Sinceramente, estava esperando ter que criar um manifesto contra as produções chinesas, bater boca na internet, mas não, vou ter que brigar para defender a obra, pois adorei mesmo.
Gostei muito da abordagem sobre o quanto vivenciar uma guerra acaba com a mente das pessoas, suas consequências, além do necessário e importante tratamento psiquiátrico, enfim buscar ajuda. As doenças mentais são uma realidade que não podemos mais negar. É fundamental se cuidar.
Considerações finais
Ainda bem que o roteirista optou por um final lúdico e, com um ar de romance ao contrário do que acontece no livro, onde, na versão oficial publicada, antes de morrer Benjamin é torturado, Saxin morre, depois de dez anos lutando contra a doença, Li Zan tira a própria vida e Song Ran, segue para outro país em guerra, e é assassinada com um tiro salvando uma criança. Uma desgraceira só. Acho que se terminasse assim, as pessoas estariam ainda mais revoltadas, sem entender que a obra quer é retratar a realidade.
Uma obra não tem que, rigorosamente, terminar como queremos, para ser considerada excelente. Ela tem que ser coerente com a história, defender seus princípios e mostrar ao que se propõe. Se puder ainda, terminar com uma belíssima cena da oliveira branca que brotou em homenagem à vida que o casal de protagonistas escolheu, vale mais a pena ainda. Se não deu play ainda, vai sem medo.
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