Annyeong haseyo! 
Tudo bem com vocês?
Caros leitores, convido vocês a mergulharem na história de duas pessoas que, apesar dos laços sanguíneos, convivem como se fossem meras colegas de quarto.
Ficha Técnica
Filme: Worlds apart
Japonês: 違国⽇記
Roteiro: Seta Natsuki
Direção: Seta Natsuki
Protagonistas: Aragaki Yui e Hayase Ikoi
Gênero: Drama/Slices of life
Duração: 127 minutos
País: Japão
Lançamento: 2024
Disponível: Telegram
Sinopse
A trama gira em torno de Kodai Makio, uma romancista de 35 anos, e sua sobrinha de 15 anos, Asa, que passam a viver juntas sob o mesmo teto. Makio decide acolher Asa impulsivamente após a morte dos pais da garota — entre eles, a irmã mais velha de Makio. No entanto, no dia seguinte, Makio se dá conta de sua decisão e lembra que não é uma pessoa fácil de lidar. Assim, começa a convivência peculiar entre as duas: enquanto Makio tenta se adaptar a dividir a casa com outra pessoa, Asa enfrenta a nova realidade ao lado de uma adulta que se recusa a agir como tal.
Fonte: Adaptado de https://asianwiki.com/Worlds_Apart
Protagonistas
Kodai Makio (Aragaki Yui), Uma romancista renomada que, após a morte da irmã com quem tinha uma relação conturbada, assume a responsabilidade de criar a sobrinha — mesmo tratando-a como uma colega de quarto.
Takumi Asa (Hayase Ikoi), Uma adolescente de 15 anos que, após perder a mãe, decide enfrentar o luto sozinha, mesmo morando com a tia.
Uma companheira de quarto?
Com uma fotografia fria e melancólica, somos apresentados a Kodai Makio e Takumi Asa. De um lado, uma escritora de sucesso; do outro, uma estudante do colegial. As duas começam a morar juntas após uma grande perda. Desde o início, é notável a dificuldade dos japoneses em expressar sentimentos e lidar com o luto de forma aberta e clara.
Ninguém pode viver sozinho!
A relação entre tia e sobrinha é construída em um ambiente frio e distante. Em vários momentos, o espectador é confrontado pela falta de diálogo entre as duas. Um choque cultural foi ver Takumi Asa se sentir fascinada apenas por ouvir uma conversa entre sua tia e uma amiga, já que ela nunca teve um contato mais profundo com adultos além de seus pais e professores.
Lidando com o luto
Passei boa parte do filme tentando entender por que Kodai Makio odiava tanto a mãe de Takumi Asa. Foi surpreendente descobrir que o rompimento entre as irmãs aconteceu pelo simples fato de Makio não querer casar ou ter filhos. Paralelamente, acompanhamos Asa descobrindo o mundo e enfrentando o luto de forma solitária. Pela primeira vez, ela tem a chance de decidir seu próprio futuro.
Colega de quarto
Ficou muito claro que, para Kodai Makio, Asa era apenas uma colega de quarto. Makio reforça várias vezes que não é a mãe da sobrinha e que a jovem deveria trilhar seu próprio caminho. Apesar disso, como escritora, Makio encoraja Asa a correr atrás de seus sonhos. Ao longo do filme, percebi uma frieza constante na relação das duas, mas essa dinâmica é retratada de maneira natural e realista.
Considerações finais
“Os pais tentam proteger os filhos, mas decepções fazem parte da vida.”
Essa é a mensagem que Kodai Makio parece querer transmitir à sobrinha. Perto do desfecho, Asa revela que sua mãe a deixava escolher o que fazer, mas logo impunha restrições sobre como agir. Agora, sentindo-se sozinha, Asa percebe que não consegue compreender certos aspectos da vida.
Ao longo do filme, vemos uma garota de 15 anos enfrentando o luto em completa solidão. Os personagens são retratados de forma impessoal e distante, o que gera uma profunda sensação de angústia. Por fim, confesso que não assistiria ao filme novamente.
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