Annyeong haseyo!
Tudo bem com vocês?
Hoje vamos conversar sobre essa joia de dorama! “What comes after love” é uma daquelas histórias que nos faz pensar no amor; cada um a sua maneira e todas são válidas. É uma história sobre segunda chance.
Ficha Técnica
Drama: What comes after love
Hangul:사랑 후에 오는 것들
Roteiro: Jung Hae-sim e Moon Hyun-sung
Direção: Moon Hyun-sung
Protagonistas: Sakaguchi Kengtaro, Lee Se-young, Hong Jong-hyun e Nakamura Anne
Gênero: Romance/Melodrama
Duração: 8 episódios
País: Coreia do Sul/Japão
Lançamento: 2024
Disponível: Fansubs, Telegram e Viki
Sinopse
Fonte: Adaptado de https://asianwiki.com/What_Comes_After_Love
Protagonistas
Aoki Jungo é um escritor. Aliás, a história gira em torno do possível final do romance que acabou de lançar que tem como tema central a sua própria história de amor com a dona da editora que produziu seu escrito.
Choi Hong “Beni” é uma redatora e CEO da editora de sua família que ela assume quando retorna do Japão após um término doloroso. O passado volta na forma de um livro, o que a faz reviver todas as dores, traumas e sensações de algo que acreditava estar resolvido.
O início de um sonho…
A trama começa com aquela atmosfera de que algo triste aconteceu, já que Choi Hong está chorando e indo embora. Uma vibe “videoclipe” dos anos 2000! Pronto, basta isso para termos a história contada de trás para frente, nos contextualizando no sofrimento da moça. Eu amei essa proposta porque me agrada muito a forma não linear de contar uma história. Então, eles vão nos explicando o passado conforme vão nos apresentando o presente.
E é aí que conhecemos a Choi Hong romântica e sonhadora, cheia de planos e esperanças, que vai para o Japão para tentar se tornar independente da influência de sua mãe. Ela resolve ir morar no outro país com uma amiga e viver a vida, as oportunidades, e tentar uma pós em sua área. E foi muito gostoso ver a efervescência da juventude, sabe? Os sonhos e o otimismo de se tentar algo novo. E justamente quando ela está nessa fase que ela conhece Jungo, casualmente, na rua.
E aqui eu senti um daqueles clichês que amamos! Os dois vivem se esbarrando em várias situações inusitadas até que acabam se apaixonando, e é ai que a gente curte mais e fica pensando: mas o dorama começou com ela triste, será que ele morreu? O que será que rolou para que uma relação tão legal e bonita terminasse?
E como “Eduardo e Mônica”, esses dois também tiveram a vontade crescendo como tinha que ser… e acabaram indo morar juntos. No início, foi só alegria, amor, cumplicidade, e viviam um paro outro, lindo e utópico.
… mas deu tudo errado!
Passada a fase da lua de mel, a realidade os envolve e os engole. Afinal, a vida do ser humano médio é pagar boletos e tentar sobreviver. Eu acho que a Beni se anulou demais dentro desse relacionamento. No princípio, ela vai pro Japão para estudar, para crescer, mas foi só se apaixonar que ela abandona a oportunidade de estudar e desenvolver a sua carreira. Por essa razão ela acaba perdendo o foco e ficando sem objetivo na vida.
E aí acaba mais e mais dependente emocionalmente do Jungo que, por outro lado, segue a vida profissional dele. Ele contina fazendo a faculdade dele e, para pagá-la, precisa trabalhar em 1000 empregos e é óbvio que acaba negligenciando o namoro deles. Jungo tinha o sonho de ser escritor e estava indo atrás disso, mas sua amada Beni ficou no meio do caminho.
E vamos vendo o sofrimento dessa mulher que foi deixada de lado pelo homem que ela confiava e amava, que esqueceu que ela era uma estrangeira em uma terra estranha sem amigos, sem família, sem ninguém… foi decepcionante vê-la precisando dele em momentos importantes e ele não estar lá para socorrê-la. Eu senti a humilhação e a frustração dela. Ela estava namorando, mas continuava solitária, já que seu parceiro nunca a acompanhava em nada, não se fazia presente em nada que se relacionava com ela.
Até que teve a gota final. Quando ela realmente precisou de um apoio emocional porque seu pai estava doente, Jungo não a atendeu, então ela decidiu dizer o que a estava machucando, o quanto ela estava sozinha, e isso resultou na briga fatídica que pôs fim na relação deles, pena que ela brigou com ele em coreano e ele não entendeu nada, mas sentiu a sua dor porque no fundo ele também sabia que algo estava errado, que eles haviam se perdido em algum momento.
A decepção amorosa traumatiza
Depois de terminar com Jungo, Beni volta para a Coreia, para sua família, sua vida, e depois de três anos ela se torna uma mulher séria e muito profissional, inclusive, o xodó de sua mãe, a quem ela agora ouve e obedece, afinal ela ficou noiva de seu melhor amigo, Min-Ju, que sua mãe adora.
Aqui eu fiquei mais uma vez pensativa, sabe? Talvez ter sido impulsiva e ter se rebelado contra a mãe trouxe tanta dor a Choi Hong que dessa vez ela não queria correr o risco, por isso resolveu seguir o roteiro traçado para ela. A nova versão da Beni é uma versão cinza, meio sem vida, séria demais, é como se ela tivesse perdido as esperanças com relação ao amor. O fato de ter amado tanto e com tamanha intensidade deixou nela um trauma, um medo de sofrer de novo e/ou nunca sentir o que ela sentiu pelo Jungo por mais ninguém.
Eles terminaram mal, não se resolveram, não conversaram, e ficou aquela coisa pelo meio do caminho, sabe? Ela, na verdade, fugiu. E ele ficou remoendo o que não fez dentro daquela relação e acabou escrevendo um livro sobre o que deveria ter feito para que ainda estivessem juntos. Logo, esses dois ainda estavam presos um ao outro, mas não pelo amor e sim pelo arrependimento, pela situação mal resolvida.
O que vem depois do amor, ainda é amor?
O problema é que muitas pessoas, inclusive os personagens, acabam confundindo esses arrependimentos e ressentimentos com amor. Os dois não conseguiram seguir em frente em nenhum relacionamento porque ainda estavam traumatizados pelo que viveram no passado. Mesmo noiva de outra pessoa, Beni não conseguiu se entregar, não se permitiu. Enquanto Jungo se puniu por sentir que estragou a relação dos dois, ficou preso naquele looping do “e se”, até que escreveu um livro baseado nesse amor e para eles deu um final feliz.
Foi isso que eu senti quando esses dois se reencontraram na Coreia. Eu acreditei que o que eles precisavam era resolver essa questão, esse término que não teve um fim, porque ficou faltando coisas a serem ditas. Eles precisavam se curar, se perdoar, para só então seguirem livres para outros relacionamentos sem as amarras, rancores e amarguras pelas quais passaram. Era um processo de amadurecimento, de crescimento, de entenderem que eles não são más pessoas, mas que eram jovens, inexperientes, apaixonados, sonhadores e não puderam lidar com as questões da vida quotidiana e um relacionamento amoroso.
Considerações finais
Aprender com as relações passadas, com as decepções nos torna fortes, sábios e amorosos. A linguagem que o dorama usa para conversar com todas essas emoções e sensações é aquela bem intimista, cheia de silêncios significativos, de momentos contemplativos e com uma bela fotografia e uma trilha sonora elegante, que nos transportam para as nossas próprias questões enquanto tentamos entender os personagens principais.
Essa história me deu a sensação de que estava lendo o livro do Jungo e cada pensamento dos personagens que eram verdadeiros monólogos falam diretamente com a gente. Aquele “tom” de estar lendo o pensamento, o diário daquelas pessoas tornou a experiência dessa obra mais introspectiva, contemplativa e reflexiva.
Quantas vezes achamos que só porque tivemos um grande amor que acabou mal não vamos mais conseguir amar ninguém? E nos faz recriar cenários, assim como o Jungo fez com seu livro, onde tudo dá certo e aquele amor triunfa. Mas na vida real não é assim, não é mesmo? Na realidade, não sabemos lidar com as frustrações, os ressentimentos, o orgulho. Amar só, basta? Esse é o meu questionamento. Será que depois de tanto tempo e de tanto ressentimento ainda é amor? E quanto a falta de diálogo acaba com os relacionamentos, né?
Eu gostaria que o final tivesse sido diferente, gostaria que eles tivessem se perdoado, dialogado e finalmente terminado como adultos, como pessoas que estão buscando crescimento e evolução para só aí buscarem outros relacionamentos sem o medo e o fantasma daquela relação que acabou mal.
E essas foram as minhas impressões.
Leia também: https://koreanny.com/resenha-do-dorama-reply-1988/
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