Annyeong haseyo! 
Tudo bem com vocês?
Chegou às nossas telinhas a série que provocou protestos de grupos conservadores e religiosos da Coreia do Sul diante da CJ, empresa que produz K-dramas.
“Love In the big city” é uma história de crescimento e amadurecimento de um gay na cidade de Seul, recheado de cenas picantes e beijos ardentes.
Ficha Técnica
Drama: Love in the big city
Hangul: 대도시의 사랑법
Direção: Heo Jin-ho, Hong Ji-young, Son Tae-kyeom e Kim Se-in
Roteiro: Park Sang-young
Protagonistas: Nam Yoon-su e Lee Soo-kyung
Gênero: BL/Romance/Drama/LGBTQ+
Duração: 8 episódios
País: Coreia do Sul
Lançamento: 2024
Disponível: Viki, Telegram e Fansub
Sinopse
Go Young (Nam Yoon Su) é um coreano gay que vive com Mi Ae (Lee Soo Kyung), uma mulher heterossexual. Através de Mi Ae, acompanhamos a jornada de crescimento pessoal na qual Go Young embarca, enquanto enfrenta um relacionamento conturbado com a mãe, que não aceita sua orientação sexual, e se separa do namorado Gyu Ho (Jin Ho Eun) devido à pressão da sociedade. Enquanto se cura do término, Go Young viaja para a Tailândia com um estranho e consegue aprender mais sobre si durante o processo.
Agora, com as inspirações dessa jornada pessoal, Go Young terá a chance de ir atrás daquilo que realmente deseja, relembrando os bons e velhos tempos que nunca poderão ser recuperados, ele alcança o crescimento pessoal completo. Este drama coreano de 2024 foi baseado no romance “Love in the Big City”, de Park Sang Young, concorrente do The Booker Prize em 2022 como melhor ficção, que acompanha a vida de um jovem, que é HIV positivo, vivendo amores e diversas outras experiências.
Fonte: Adaptado de https://www.viki.com/tv/40771c-love-in-the-big-city?locale=pt
Protagonistas
Go Young (Nam Yoon-su) é um escritor sensível, totalmente extrovertido, que ama as noitadas e seus amigos, mas que ainda não conseguiu “sair do armário”, e vive uma vida dupla, sem compromisso com ninguém.
Mi Ae (Lee Soo-kyung) é uma estudante heterosexual que “passa o rodo em geral”, o que lhe rende uma péssima reputação na faculdade. Na verdade, ela é calorosa, apaixonada e fiel àqueles que a amam e a aceitam do seu jeito.
Um hino para lá de babadeiro que lacrou
Seguindo a trajetória de Go Young, acompanhamos suas vivências e descobertas, relacionamentos, superações e redenções, permeadas com toda a sensibilidade e carinho pelos parceiros e amigos. O amor é assim: fantástico e absoluto, mas nem sempre eterno. O que é uma pena.
O mais impressionante de toda narrativa é a sensibilidade e a leveza com que os assuntos são tratados, e não faltou nenhum que fosse mega pertinente: a opção sexual, o amor, as tramas familiares, a amizade, as loucuras humanas, as perdas, a contaminação por HIV, a procura por seu caminho no trabalho, objetivos de vida e muito mais. Um prato cheio para reflexão. E diga-se de passagem esse roteirista acertou na mão, pois o drama não é nem o meu estilo de preferência, mas a relevância do enredo e suas abordagens de diversas questões importantes para sociedade como um todo, realmente me conquistou.
No happy ending
Como achei o texto impecável, ficou difícil elencar o que o drama tinha de ruim, então avaliei a parte da história que menos gostei, e que, na minha opinião, merecia um desfecho diferente. A separação de Go Young e Gyu Ho era inevitável, em virtude do crescimento e direcionamento de suas carreiras. No entanto, achei desnecessário eles perderem totalmente o contato.
A relação deles era forte, estruturada e sem segredos, acreditei que teria subsistido ao tempo e à distância. Mas a história não foi por esse caminho. Os românticos, como eu, nunca desistem de um final feliz.
A história que furou a bolha
Go Young foi um personagem admirável do início ao fim. Vivendo sua vida ao extremo, foi se reconstruindo a cada queda, decepção, vitória e sucesso. Resinificou seu relacionamento ruim e decadente com a mãe, colocando de lado a violência que vivenciou quando adolescente, transformando-se em um filho dedicado e presente. O registro de suas experiências se tornou algo valioso, e um divisor de águas para seu auto entendimento.
Já Mi Ae que, aparentemente, não queria compromisso com ninguém, por não acreditar nas instituições sociais, e muito menos, na sinceridade masculina, ao cair de cabeça nos estudos e ao entrar no mercado de trabalho, conhece alguém que a faz mudar de ideia. Então, ela parte para uma relação monogâmica, baseada nos valores mais tradicionais da cultura coreana: o casamento.
Destaco a frase que, que para mim, definiu essa obra prima e resumiu esses personagens:
“Tudo que eu havia mantido trancado, surgiu, subiu à superfície”
Como nós durante a vida, muitas vezes nos contendo, mas, na verdade, querendo explodir.
Abrindo o verbo
Vou tirar o chapéu para o ator Nam Yoon Su por aceitar um papel tão polêmico, em uma sociedade tão conservadora como a coreana e onde foi amplamente criticado por interpretar um personagem homossexual, principalmente, quando faltavam apenas 9 dias para o lançamento do drama, e TODOS os trailers foram retirados do ar devido a uma onda de denúncias e queixas em massa, o que prejudicou muito a divulgação do programa. Ele foi perseguido e sofreu bullying, mas se manteve implacável na defesa de seu Go Young. Protagonista impecável, sensível, construído em cima de experiências reais. Totalmente à vontade na sua interpretação. Nota 1000.
A construção do roteiro me leva a crer que o autor da obra, Park Sang Young, estava, na verdade, contando a sua história ou de alguém bem próximo a ele. Falando sobre o boicote que a série sofreu, ele afirma: “Estamos buscando uma forma de retomar as promoções. Aconteça o que acontecer, vamos estrear no dia 21 de outubro sem falta. Aproveitem bastante! No final, nós é que vamos vencer! Isso tudo deve ser porque vai fazer muito sucesso”.
E não é que ele estava certo?
Considerações finais
Também em 2024, o livro “Love in the big city” ganhou uma outra adaptação em forma de filme, que estreou no início de outubro em Seul, dirigido por Lee Eon Hee e presente no Festival de Toronto, que teve uma recepção muito melhor que a série. A produção conta com atores famosos, como Kim Go-eun, Noh Sang-yun e Lee Sang-yi, e foca na amizade entre os protagonistas, que vivem juntos em um pequeno apartamento. Até imagens de divulgação vendem uma ideia heteronormativa.
Apesar do avanço das séries Boys Love pelo mundo, especialmente na Tailândia, que é a maior produtora e exportadora da atualidade, Love in the Big City veio para romper as barreiras dos assuntos proibidos pela Dona Coréia. A queridinha do momento dos fãs internacionais de BL, e outros públicos, a série do ViKi é campeã de acesso nas redes sociais de vídeo, como o TikTok, e não faltam elogios para a produção e o desempenho dos atores principais.
Na minha humilde opinião, este lançamento é uma corrida para ser o melhor drama do ano, e com certeza, vai chegar lá.
Leia também: https://koreanny.com/5-lakornes-bl/
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