Annyeong haseyo! 
Tudo bem com vocês?
Hoje eu trago o drama “Wakatte Ite Mo – The shapes of love”, a versão japonesa do tão polêmico “Apesar de tudo, amor”. Vamos às minhas considerações.
Ficha Técnica
Drama: Wakatte Ite Mo: The shapes of love
Japonês: わかっていても the shapes of love
Roteiro: Jung Won
Direção: Nakagawa Ryutaro
Protagonistas: Yokohama Ryusei e Minami Sara
Gênero: Romance/Melodrama
Duração: 8 episódios
País: Japão
Lançamento: 2024
Disponível: Fansubs, Telegram e Netflix
Sinopse
Fonte: Adaptado de https://br.mydramalist.com/779448-wakatte-ite-mo-the-shapes-of-love
Protagonistas
Kosaka Ren (Yokohama Ryusei) é um artista renomado pela crítica internacional que volta ao Japão, onde ocupa a cadeira de professor em uma Universidade. Um homem misterioso, calado e sedutor que fascina as mulheres e que tem por hábito se relacionar sem compromisso.
Hamasaki Miu (Minami Sara) é uma universitária que estuda Artes que encontra Ren em seu caminho e, instantaneamente ela se sente atraída por ele, mesmo tendo jurado nunca mais se envolver com alguém sem compromisso. Ela traz feridas de seu último relacionamento e acaba encontrando um borboleto que não a faz sentir melhor.
Será o mesmo que a versão original?
Primeiramente, gosto de remakes! Acho que é uma oportunidade de melhorar a história original, sabe? De dar o fim que gostaríamos, de desenvolver melhor alguns pontos da história, dos personagens, enfim, acho uma oportunidade de dar um upgrade em uma boa trama ou piorar o que já estava bom, rsrs.
Em “Wakatte Ito Mo”, na minha humilde opinião, os dramas dos demais personagens foram melhor trabalhados. Isso para mim é fato! Eu achei que tiveram uma preocupação maior no desenvolvimento de todas as relações, inclusive, na relação entre as duas mulheres eu senti um maior respeito e uma aura de normalidade que muito me agradou.
Tratando o relacionamento delas como de fato deve ser tratado: com naturalidade. Duas pessoas que se perceberam apaixonadas uma pela outra e tudo nascido dentro de uma compreensão de que o amor, o sentimento, é isto: algo que deve ser sentido, vivido e não proibido. Amei!
Porque a relação entre as duas, na versão coreana, foi bem pobre e desrespeitosa, como se fosse apenas um fetiche, uma bagunça, algo de segunda classe, o que foi corrigido na versão japonesa. Também gostei demais do fato do amigo que era apaixonado pela Miu não ter se tornado um babaca como na versão original. Amei que ele foi o lord que sempre se mostrou e foi respeitoso e cuidadoso com ela até o fim, quando ela o dispensou. Achei maduro.
Tivemos os traumas do protagonista, Ren, pincelados na figura de uma mãe pouco maternal e muito apaixonada pela sua arte e por todos os amores que ela trazia e que deixava pouco espaço em sua vida para se dedicar ao filho. E essa foi a explicação para que o Ren não quisesse se apegar a ninguém e apenas viver o momento e as delícias de uma paixão avassaladora e efêmera.
Bom, é uma forma de se manifestar um trauma, né? Foi assim que ele sobreviveu. E tudo isso muito simbólico, já que ele também é um artista e por isso possui uma alma sensível; tudo parece ter outro tom, várias nuances e muitas repercussões.
Por que é tão difícil amar?
Este é o cerne desta trama: a dificuldade de amar. Todos ali buscavam o amor, a reciprocidade, mas ninguém sabia como lidar com as consequências de se estar em uma relação. Muito louco isso, sabe? Porque em diversos momentos eu tive empatia por todos os personagens e em vários momentos me vi naquelas situações.
E este dorama trouxe isso muito forte, ele nos presenteou não com um romance central entre os protagonistas, mas nos brindou com outras matizes de relacionamentos amorosos, nos mostrou várias formas de estar dentro de uma relação amorosa romântica e cada uma delas teve o seu grau de complexidade.
Todos os personagens tiveram que passar pelo deserto das emoções, tiveram que se autoavaliar, alguns precisaram mudar, se aceitar. O mais importante é que todos conseguiram amadurecer e, dessa forma, conseguiram se encontrar dentro de cada uma daquelas relações que não necessariamente precisavam ser perfeitas ou corretas aos olhos dos outros, mas deveriam funcionar para quem estava dentro daquela situação.
Senti que trouxe a leveza que precisamos ter diante dos relacionamentos, que às vezes precisamos apenas parar e aceitar, observar e se permitir viver aquilo que a vida nos dá naquele momento. Só que para que isso aconteça precisamos ceder, sofrer, porque amadurecer é um processo doloroso.
E acho que o ambiente universitário também nos remete a isso. Afinal, é um lugar de descobertas, o primeiro passo da vida como adultos e estar ambientado no curso de artes é ainda mais simbólico e emocional. Amei.
A identificação do “amor”
Um tema bem complexo neste enredo é a clássica distorção que se tem do amor. Isso é algo que me incomodou durante toda a história, porque é cada abuso, absurdo, possessão, anulação que é nominado como “amor”, que me chocou sobremaneira. Mas aí me veio, mais uma vez, a simbologia da arte, da universidade e de como podemos confundir emoções e sensações até entendermos o que está acontecendo, e fui vendo a evolução daquelas pessoas com mais simpatia.
Não consegui odiar ninguém nesta trama! Achei todos bem humanos e falíveis. Entendi que cada um ali foi em busca de aceitação, não apenas do outro e sim da autoaceitação.
Considerações finais
Como eu bem disse, em um dos meus resumos, trata-se da mesma história retratada por ângulos diferentes. Eu amei que o Ren era um homem mais velho do que o original, acho inclusive que foi proposital para que o ator se encaixasse melhor no personagem. Temos um Borboleto mais sério, misterioso, sutil e que de certa forma empodera a Miu, coisa que não senti na versão coreana, até porque ambos eram universitários, né? Portanto, mais imaturos, efervescentes e impulsivos.
O look do Ren é uma questão a parte, né gente? rsrsrs Como que um homem cata referências do Agostinho Carrara com salto alto e ainda consegue trazer uma sedução?! Se isso não é ser bom ator, eu não sei mais como nominá-lo, kkkkk. Já a Miu, no início, me irritou muito com a lerdeza dela, mas no decorrer da história foi amadurecendo e eu fui gostando de como ela era menos chata do que a personagem coreana.
E para finalizar, sempre me incomoda essa coisa de “alguém ser a cura do outro”, sabe? Vamos parar de vender o amor e as mulheres como centro de reabilitação de homem? Por favor, gente! Em pleno século XXI e ainda temos essa forma como representação suprassumo do que seria um amor ideal?! Não, né?
De qualquer forma, tudo acabou de uma maneira madura, em que os personagens decidiram aceitar o que a vida lhes deu e viver aquela história da forma com que eles conseguiriam e decidiram tentar, nos mostrando que não há certo ou errado na maneira de conduzir um relacionamentos, desde que ambos estejam de acordo com aquilo.
Gostei mais da versão japonesa, me julguem!
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